A visita de chanceler russo, Sergei Lavrov, ao Brasil, à Venezuela, à Nicarágua e a Cuba resultou em vários acordos em diversos domínios económicos, mas sobretudo num consenso político sobre a necessidade de equilibrar a balança de poder na América Latina, que historicamente tem pendido para o lado de Washington, disse, sexta-feira, o especialista em assuntos globais da universidade Autónoma do México (UNAM), Carlos López Alvarado.
Alvarado destacou que os três países foram objecto de sanções económicas por parte dos EUA, embora em diferentes níveis. Para este, sempre foi pretensão dos Estados Unidos isolar ou punir, conforme o caso, essas nações latino-americanas.
"A visita de Lavrov se inscreve-se nessas tentativas (regionais) que procuram ser um contrapeso à política e hegemonia estadunidenses a nível global”, informou.
De acordo com Alvarado, não é por acaso que a primeira parada do chefe da diplomacia russa tenha sido no Brasil, a maior economia da América Latina, com um produto interno bruto (PIB) avaliado em US$ 1,608 trilhão (R$ 8,12 trilhões), segundo dados da Comissão Económica para a América Latina (CEPAL). O Brasil é a nona maior economia na escala global, o que poderia ser "uma porta de entrada” da Rússia para a região latino-americana.