A morte do músico e co-fundador do grupo Sassa-Cokwé Internacional, Bob Camará “Kaussele”, deixou consternada as autoridades e a sociedade da província da Lunda-Norte, criando um vazio no estilo tchianda, que é predominante no seio do povo de leste de Angola, RDC e Zâmbia.
A primeira visita do referido grupo a Angola, concretamente na Lunda Norte, aconteceu a 4 de Julho de 1988, no âmbito das festas da província. O grupo decide radicar-se definitivamente no território angolano em 1994, após o falecimento do líder, Bidjô.
Bob Camará Caussele assume a sua carreira a solo a partir de 2005, quando abandona a Banda musical Sassa-Cokwé Internacional, liderada, na altura, por Rei da Costa e Tchifuchi Chadedé. Em 2007, lança o primeiro disco a solo intitulado "Tchisselele Yanga”, depois seguiram-se "Tchilumuna Ilhatô”, "Eva Cikhuvu” entre outros álbuns de muito sucesso.
Foi dançarino do grupo Sassa-Cokwé, à época liderado pelo seu irmão mais velho, também já falecido, Bidjó. Bob Camará partilhou o palco com grandes intérpretes da tchianda, como Sirisse, Karió, Tchifutchi Chadede (em memória), Rei Da Costa, entre outros.
O Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto lamenta, através de uma nota de imprensa, que é com profunda dor que tomou conhecimento do falecimento do consagrado cantor, músico e compositor do riquíssimo folclore Lunda-Cokwé, co-fundador da Banda Sassa Cokwe, Bob Camará "Kaussele”, ocorrido na RDC, vítima de prolongada doença.
A nota salienta ainda que o músico, Bob Camará foi homem íntegro com percurso na carreira musical com os de mais, instruídos na escola do eterno grande mestre e compositor da música folclórica Lunda-Cokwe, "Bidjô”.
Por seu lado, a Fundação Brilhante emitiu também uma nota de condolência no qual destaca os feitos do artista na sua distinta carreira musical. De acordo com o documento, o malogrado foi um exímio animador dos ritmos tchianda e kandôa, artista irreverente na sua forma de actuação e autor de temas pelos quais ficará eternizado.
"Era também excelente bailarino com o acessório de dança conhecida nas lides do povo cokwe-lunda como, "muia” amarado à cintura. A sua partida prematura deixa grande vazio na música angolana e do leste em particular”, lê-se na nota.