"O que o Reino Unido sempre defendeu no sistema internacional é um conjunto de valores e de compromissos que são uma relação com os países pobres, muito diferente do posicionamento geopolítico da Rússia e da China, que é uma relação com as elites desses países e não com as populações, e uma relação que é essencialmente exploradora”, afirmou. O secretário de Estado, responsável pelos assuntos africanos, destacou as alterações climáticas, preparação sanitária para pandemias e migrações como algumas das prioridades da política externa e de desenvolvimento internacional britânica em África.
Argumentando que está convencido de que se pode ganhar a discussão graças a esta sólida base que tem valores que apelam a responsabilidade, a democracia, o mercado livre e a elevação da condição social das pessoas que vivem em circunstâncias extraordinariamente difíceis. No entanto, o Comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da União Africana, Bankole Adeoye, avisou logo depois que "África não quer ser usada como um peão” na geopolítica internacional.
"O continente africano está pronto a desempenhar um papel de liderança em parcerias estimulantes, fortes e eficazes. Mas essa parceria tem de ser nos nossos próprios termos, sobre as nossas prioridades em estratégias comuns para que a parceria funcione”, afirmou na abertura da conferência.
Adeoye reiterou a reivindicação da União Africana para uma revisão da governação internacional e maior representação dos africanos em organizações internacionais como o G20 ou o Conselho de Segurança da ONU. "O que queremos dos amigos e aliados não é uma parceria à imagem dos líderes ou dos vencedores da Segunda Guerra Mundial. A Segunda Guerra Mundial é história. Temos de mudar a ordem global para uma ordem que reflicta todo o hemisfério sul e não apenas a África”, enfatizou.