Standard Bank apresenta desafios para o crescimento da economia


O Standard Bank apresenta o primeiro Briefing Económico de 2023, sob o tema “Sustentabilidade do crescimento económico considerando os desafios para acelerar o investimento público e privado”.

Segundo uma nota da instituição que o JA teve acesso, nos últimos anos Angola implementou com sucesso um conjunto de reformas para estabilizar a economia e restaurar o crescimento económico.

Mas o custo social das reformas, segundo o documento, foi elevado, a pandemia gerou um aumento do desemprego e a inflação só começou a desacelerar recentemente, o que significa que o benefício para o cidadão comum tem sido menor do que o esperado.

Provavelmente daqui em diante, diz o documento, o foco de prioridades do programa do Executivo será o de procurar consolidar os ganhos alcançados com o programa de estabilização macroeconómica, que contou com o apoio do FMI, e com isso tornar o crescimento mais inclusivo.

O documento sustenta que esta economia continua a beneficiar de preços do petróleo relativamente favoráveis, o que poderá permitir ao governo continuar a gerar excedentes fiscais.

Neste contexto, avança a nota, temos estado atentos ao processo de elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023 / 2027 que provavelmente irá elucidar sobre o mix de políticas a serem implementadas para tornar o crescimento económico mais inclusivo.

"Angola enfrenta este ano uma queda de receita petrolífera, relacionada com a descida do preço de petróleo, gerando pressões intermitentes sobre a liquidez em moeda externa, o que sugere que será necessário reduzir o volume de importações para manter a conta corrente da balança de pagamento em superavit, fundamental para a estabilidade da moeda e redução da inflação” diz a nota.

Do ponto de vista do investimento privado, o documento sustenta que o contexto da economia mundial, caracterizado pelas subidas das taxas de juro dos Bancos Centrais, inflação elevada e incerteza em relação à duração dos conflitos, tem resultado numa redução do apetite ao risco, o que afecta o investimento directo estrangeiro.

"Do ponto de vista do investimento público, o elevado peso do serviço de dívida sobre a receita fiscal deverá resultar numa abordagem prudente em relação à contratação de nova dívida, o que limita o investimento público e o impacto do sector público no crescimento da economia” enfatiza a nota.

De acordo com o consultor da instituição, Fáusio Mussá, uma das principais conclusões deste Briefing Económico é que "considerando os aspectos acima referidos, mantemos a nossa previsão de uma desaceleração do crescimento económico este ano, em Angola, após ter registado 3 por cento em 2022”.

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