20 mil alunos vão desenvolver as capacidades em recolha e tratamento de resíduos

Um total de 20 mil alunos, de 13 anos, vai beneficiar de acções de formação e sensibilização sobre a importância da recolha e tratamento de resíduos sólidos para a contribuição para a sustentabilidade ambiental no país, através de um protocolo assinado, em Luanda, entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Coca-Cola/Refriango e a Associação Nação Verde (ANV).

A assinatura do acordo foi feita na presença da secretária de Estado do Ambiente, Paula Coelho. A ideia é envolver um total de dez escolas, do I e II ciclo, do ensino secundário da capital do país, em projectos ligados aos ecopontos.

O secretário Permanente da Comissão Nacional de Angola para a UNESCO, Alexandre de Sousa, disse ao Jornal de Angola que "a educação ambiental nas escolas é uma das vias de solução para as actuais crises ambientais, na medida em que devemos preparar os alunos e os professores para que, da melhor forma, possam contribuir para estas questões, consciencializá-los para estes desafios e torná-los gestores de resíduos”.

Alexandre de Sousa disse que "a iniciativa contribuirá para garantir o desenvolvimento sustentável, em harmonia com as diretrizes emanadas pelas Organizações Internacionais e adoptadas por Angola”.

O protocolo de cooperação serve também para a instalação de ecopontos nos estabelecimentos escolares de Luanda de modo a formar e sensibilizar alunos e professores sobre  matérias relacionadas com a preservação do meio. Ecopontos são contentores de grande dimensão, de cores diferentes para tipos de materiais,  que servem para fazer a colecta selectiva de lixo de várias substâncias.

A iniciativa de educação ambiental chega às escolas de Luanda para sensibilizar e consciencializar sobre os cuidados do meio ambiente, no sentido de a população estudantil participar de iniciativas cujos projectos escolhidos terão participação na Feira Ecológica da Comissão Nacional para a UNESCO, agendada para 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, em Luanda.

As instituições de ensino seleccionadas nesta primeira fase, para o projecto "Educação Ambiental nas Escolas” são os Institutos Médio de Economia de Luanda (IMEL), Industrial (IMIL), Comercial de Luanda, de Telecomunicações, Politécnico Alda Lara, Complexo Escolar Teresiana, de Viana, Colégio nº 1140 1º de Maio, Colégio Nº 1124 Nzinga Mbande, a Escola de Saúde Castelo e o Liceu nº 5106 Neves Bendinha. 

"Ecomovimento”

O projecto, de educação ambiental, enquadra-se ainda no "Ecomovimento Oceanos” que desafia os alunos e professores das escolas participantes a propor soluções para combater a poluição plástica nos oceanos, em linha com o 14º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas para 2030, que visa conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

Com uma longa trajectória na consciencialização ambiental em Luanda, a ANV assume a capacitação dos alunos e professores, assim como a gestão dos ecopontos nas escolas e a recolha dos resíduos sólidos neles depositados.

A directora nacional de Educação Ambiental, Karelia Costa, destacou a existência no país da legislação que deve ser aplicada a favor do meio ambiente, existente desde 2012, mas que carece de implementação.

Karelia Costa indicou que os cidadãos são dos principais responsáveis pela má gestão do sistema de saneamento básico, por serem quem está na base da produção dos resíduos, além de apresentarem um défice de consciencialização sobre as questões ambientais.

O presidente da Associação Nação Verde (ANV), Nuno Cruz, que defendeu a instalação de ecopontos nas escolas, disse que "é imperioso que se desenvolvam projectos de educação ambiental nas instituições de ensino, porque estimula a consciência sócio-ambiental da comunidade escolar no país”.

Para o ambientalista, a implementação de ecopontos nas escolas contribui, de certa forma, para cumprir com os desafios de eliminar a poluição de resíduos sólidos urbanos nas comunidades. "Ao mesmo tempo estimula a valorização dos resíduos, para a promoção da logística reversa e da economia circular”.

A administradora de Marketing da Refriango, Tânia Jardim, sublinhou que "o protocolo assinado reforça a intenção de parceria da empresa com a UNESCO, agora em conjunto com a ANV, contribui para o desenvolvimento e capacitação de jovens na área da saúde, educação cívica e educação ambiental, objectivo que foi traduzido em protocolo pela primeira vez, em Dezembro do ano passado”.

"Consideramos que as parcerias entre diferentes actores em torno de um bem comum importantíssimo, como é a sustentabilidade ambiental, são fundamentais. É vital estarmos todos alinhados com as instituições de ensino, empresas e sociedade civil”, disse a gestora.

No início do ano, uma iniciativa ambiciosa permitiu a instalação de oito ecopontos em Luanda.

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