Mais de 100 mulheres com fístulas obstétricas do Moxico são operadas, até à próxima segunda-feira, dia 24, informou, quinta-feira, a coordenadora do programa nacional de combate à doença.
A doença, explicou, é consequência de um parto prolongado e tende a causar actos involuntários de incontinência urinária.
A maioria das mulheres nesta condição, lamentou, são desprezadas pelos maridos. "Em Angola, devido à falta de informação e tratamento adequado, algumas vivem com a doença durante anos. Com esta campanha, esperamos inverter o quadro e sensibilizar as comunidades. Além disso, vamos procurar pelas pacientes que sofrem desta doença, a fim de serem operadas”.
Depois da operação, esclareceu, elas vão ficar sob observação, durante 21 dias e serem acompanhadas por equipas de especialistas, "de forma a evitar o traumatismo que acompanha, geralmente, a fase de recuperação de muitas pacientes que passam por este processo”.
A médica esclareceu que apesar de terem algumas dificuldades quanto à falta de material no Hospital Geral do Moxico, o trabalho está a correr bem e a equipa de serviço tem sido bem acolhida pelas autoridades sanitárias locais. "Estamos a trabalhar com pacientes vindos de outros municípios da província. A excepção são as habitantes do Alto Zambeze, que devido à condição da estrada não conseguem chegar até ao Luena. Mas todas devem aderir. A consulta é grátis”.
Muitas mulheres, afirmou, só acreditam que a doença tem cura quando ouvem o testemunho.