Tânia Hung referiu que Angola ainda é um grande produtor de hidrocarbonetos e que não vai deixar de exportar petróleo "do dia para a noite”, mas o país já começou a dar passos rumo à transição energética a partir do momento em que iniciou o Plano Nacional de Geologia (Planageo) que permitiu saber que existe ocorrência de sete (7) minerais críticos, tais como lítio, cobalto, grafite e elementos de terras raras da grafite.
A responsável sublinhou que os graves problemas climáticos inerentes ao aquecimento global, resultantes da emissão de dióxido de carbono (gases poluentes), derivados das energias fósseis, ou seja, do petróleo, do carvão e do gás, há necessidade de se transitar para o uso de fontes energéticas mais amigas do ambiente, também conhecidas como energias verdes ou limpas, mas a sua materialização plena é de grande complexidade devido à escassez dos minerais utilizados.
As energias verdes, avançou Tânia Hung, não são tão poluentes como os fósseis, mas exigem uma grande procura de minerais pouco disponíveis em relação ao petróleo e ao carvão, na medida em que apenas um reduzido número de países conta com reservas economicamente viáveis. A República Democrática do Congo (RDC) possui cerca de 70 por cento das reservas de cobalto, mineral necessário para o fabrico de telemóveis e baterias, enquanto a China detém a maior reserva mundial de elementos de terras raras.
Para Diamantino Azevedo, os indicadores do Planageo são um passo muito importante, pois permitem perspectivar benefícios em prol da economia nacional, mas não se deve pensar que o petróleo deixará, tão cedo, de ser o principal recurso energético, tendo em conta que os países continuam a investir na descoberta de reservas de hidrocarbonetos porque estão certos de que a transição energética é um processo que levará o seu tempo e de forma paulatina.
"Angola ainda tem hidrocarbonetos para alguns anos e ainda poderemos descobrir mais algum gás tanto no offshore como no onshore. O mundo continua a descobrir petróleo, mas o importante é ter capacidade de transformar esses recursos minerais no nosso país para que tenhamos ganhos no acréscimo de valor. Há exemplos de países que não produzem determinados recursos mas que se destacam na transformação”, sublinhou.