Lula da Silva defende negociações para o fim da guerra na Ucrânia

 

20/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 10H24


O Presidente do Brasil, Lula da Silva, condenou, esta quarta-feira, a “violação da integridade territorial” da Ucrânia e defendeu uma solução “política e negociada” para a guerra. “Ao mesmo tempo em que o meu Governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Falei da nossa preocupação com os efeitos da guerra, que extrapolam o continente europeu”, disse o Presidente citado pelo portal brasileiro “G1”.


As declarações de Lula da Silva foram feitas durante um almoço no Palácio do Itamaraty com o Presidente da Roménia, Klaus Werner Iohannis. Lula tem estado no centro da polémica depois de, no regresso de uma visita à China no passado fim-de- semana, ter atribuído aos EUA e à União Europeia a responsabilidade da escalada do conflito ao fornecerem armas à Ucrânia, o que gerou críticas por parte de Kiev, dos norte-americanos e europeus. Lula da Silva defendeu no sábado que os EUA devem parar de "encorajar a guerra” na Ucrânia e a União Europeia deve "começar a falar de paz”.

Estas críticas surgem também nos dias que antecedem a visita oficial do Presidente brasileiro a Portugal, entre os próximos dias 22 e 25 de Abril, altura em que está prevista a realização da cimeira luso-brasileira e uma recepção na Assembleia da República, na manhã de dia 25.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, assumiu, ontem, a prioridade que o país quer dar ao Atlântico Sul, através da promoção da cooperação e de relações de paz com África. "O nosso objectivo é proteger essa área. E proteger sob todos os ângulos e todas as dimensões. E transformar essa área numa área de paz, sobretudo uma área de cooperação. Isso é o que nós queremos, o nosso objectivo”, afirmou o chefe da diplomacia brasileira em declarações à Lusa à margem da VIII reunião ministerial da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas), na ilha cabo-verdiana de São Vicente. Cabo Verde assumiu hoje a presidência da Zopacas, nesta reunião ministerial que se realiza depois de um interregno de dez anos sem actividade.

Com sede em Brasília (Brasil), a Zopacas foi criada por resolução das Nações Unidas em 1986, com o objectivo de evitar a introdução de armamento nuclear e outros de destruição em massa na região, bem como através do multilateralismo, aproveitar todo o potencial sócio-económico do corredor atlântico. A VII reunião ministerial (Negócios Estrangeiros ou Relações Exteriores) dos Estados-membros desta organização realizou-se em Montevidéu (Uruguai) em Janeiro de 2013, país que assumiu a presidência da Zopacas até agora.

Críticas da Amnistia Internacional

A Organização Não-Governamental Human Rights Watch (HRW) criticou o Presidente brasileiro, Lula da Silva, por ter ignorado "o terrível historial” de Direitos Humanos de Pequim, durante a sua visita  oficial à China, na semana passada. Num texto publicado na sua página online, na terça-feira, com um tom crítico relativamente à postura de Lula da Silva na China, a HRW relembrou que a Constituição do Brasil determina que o Governo brasileiro tem como pilar da sua política externa a defesa dos Direitos Humanos.

Durante a visita de Lula ao gigante asiático, o Brasil assinou 20 acordos para reforçar os laços nas áreas do comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração no quadro da parceria estratégica bilateral. Pequim é acusado de encerrar massivamente os uigares, uma comunidade de maioria muçulmana do Oeste da China, em vastos campos de trabalhos forçados na região de Xinjiang.

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