Dj Amorim foi outro homenageado nesta actividade. A primeira parte ficou marcada pelas actuações de Sissy Ribeiro, Mister Jack, Samuel Samuka e Dom Power, com performances que animaram uma plateia multicultural.
Eduardo Paim e Zerui de Pina foram acompanhados pelos instrumentistas Mayo, Jery Bedan, Ed Vunge, Gildo Umba e Jair de Pina, que fizeram o público vibrar musicalmente através dos sons e ritmos de Angola e Cabo Verde.
O Palco da Farra Africana tem a produção de Carlos Pedro, que segundo a nossa fonte gostaria de colaborar com parceiros angolanos, bem como agradeceu a presença de todos que contribuiram directamente para que o evento se realizasse, nomeadamente a equipe de trabalho, Dj Sixty Nine, ao Miguel Sousa, a Quinta Valenciana e a RDP-ÁFRICA, pelo apoio.
O secretário-geral da UNAC-SA, Eliseu Major, em visita de trabalho em Portugal, prometeu enviar mais informações deste periplo marcado com reuniões com músicos nacionais, produtores de eventos africanos, as associações de artisticas, entidade de gestão de direitos autorais e a embaixada de Angola naquele país lusófono.
Zé Orlando um do pioneiro na divulgação da música dos Palop em Portugal
Orlando Lima Pires "Zé Orlando" nasceu em São Tomé e Príncipe. Filho de cabo-verdianos, foi um dos principais promotores e produtores de música dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, sendo um dos pioneiros. O produtor e cantor cabo-verdiano Zé Orlando morreu a 22 de Março deste ano, em Lisboa.
Na capital portuguesa, o seu nome e da sua produtora Sons d’África ficarão marcados na história da cultura dos povos africanos de língua portuguesa, justificando a homenagem com a presença de referências da música, como foi o caso do artista Eduardo Paím, um dos precursores da kizomba. Com Eduardo Paim editou os álbuns "Foi Aqui", "Do Kayaya" "Luanda, Minha Banda", onde encontramos sucessos como "A Minha Vizinha".
Paim foi a ponte para outros artistas nacionais que tiveram as obras pela editora Sons D'Africa, como Jacinto Tchipa, Paulo Flores, Ruca Van-Dunen, Robertinho e outros discos que provam que Zé Orlando também esteve na primeira linha do kizomba. O Semba está presente com Bonga, Carlos Burity, em colectâneas, e o kuduro no álbum "Tá Sebem”, de Sebem, Rei Hélder, Dog Murras em "Natural é Diferente" e outras apostas como Alje-Fixo, Sidney, o Profeta, Camilo de Domingos, África Tentação, Irmãos Verdades, Tropical Band e uma lista enorme.
O empresário e activista cultural foi uma figura muito querida no seio da comunidade artística africana, pelo seu papel como fundador da mítica editora e distribuidora de música africana – Sons D’Africa, e depois noutros projectos numa aventura que arrancou nos anos 80. Cantava e compunha, tanto que na década 1990 falar de Zé Orlando em Portugal era equivalente à música africana.
Antes o músico viu uma oportunidade no mercado porque não havia música africana e assim apostou na produção e discos de africanos em Portugal. À semelhança dos artistas angolanos, as maiores referências dos PALOP passam por Zé Orlando, como Bana, Leonel Almeida, Luís Morais, Jorge Neti, Livity, Juka, Justino Delgado, África Negra e outros.