Carrinho Indústria investe em 17 unidades fabris para alimentar famílias e a economia nacional


A indústria angolana renasce e aos poucos assume o seu papel de factor decisivo, sobretudo com o acompanhamento do aumento da produção agrícola nacional, garantindo a necessária transformação dos bens em produtos acabados para o consumo.

Na província de Benguela está montado um complexo industrial de referência mundial. Passados quatro anos, e mais de 1,2 milhão de toneladas já são processadas, com a inauguração da Carrinho Indústria. Este investimento faz de Angola, hoje, um país que já ombreia com as grandes potências regionais do continente africano no que à produção, transformação e distribuição de produtos alimentares diz respeito.

A audácia nos investimentos do Grupo Carrinho fez ser possível ter-se no país uma larga maioria de bens de consumo que, até há bem pouco tempo, as famílias tinham de esperar da importação de um comerciante (imigrante) para os colocar nas prateleiras dos mercados, cantinas e praças.

Com um total de 17 unidades fabris, porém, ainda sem a máxima capacidade, a Carrinho Indústria é hoje responsável por parte considerável do abastecimento de produtos que se consome em quase toda a extensão do território nacional. Isto é, num trabalho combinado entre as várias unidades de negócio detidas pela família que dá nome ao Grupo, a Carrinho.

Do total de fábricas, a gestão do empreendimento separa-as em fases, nomeadamente as fases dos secos e depois as fases das gorduras.

Na fase do tratamento dos produtos secos, existe e em pleno funcionamento a fábrica das massas, a fábrica de bolacha e bolinhos e dos biscoitos, todas controladas por técnicos nacionais e expatriados experimentados.

De secos não é tudo. O complexo fabril tem ainda a fábrica de cereais de pequeno-almoço, a fábrica de embalamento, a fábrica de moagem, que contempla as linhas de milhos, trigo e arroz, além, também, das fábricas de ração animal, que aproveita os subprodutos dos cereais, vindos da moagem, que é para a produção da ração animal. A fase do seco fecha com a fábrica de carne.

Já do outro lado, está a fase das gorduras, que, para já, contempla duas refinarias de óleo, a fábrica de enchimento de óleo, todas dentro do ‘gigante’ industrial da zona da Catumbela, em Benguela. Há ainda a fábrica de sabão, de rebuçados, fábricas de margarina, maioneses, a de molhos (maioneses e Ketchup), além da fábrica de leite condensado.

A administração do negócio não pára os investimentos. Aliás,conforme relatado ao Jornal de Angola, já tem-se em projecção, a título complementar, uma fábrica de "noodles”, ou miojo, um tipo de massa instantânea que, em vez de importado, os angolanos passarão a comprar no país e a preços competitivos.

No agregado, e mesmo sem a máxima capacidade, o total das fábricas em funcionamento representam já 1.200.000 toneladas, sendo que as restantes, num total de seis, estão em fase de comissionamento e construção e corresponderão, após entrada em operação, a uma capacidade de 91.000 toneladas.

Assim, e para fazer as diferentes fases de produção, a Carrinho Indústria, que é o ‘braço’ transformador e produtivo do Grupo Carrinho, junta um conjunto de experiências humanas, que fazem mover as máquinas que, diariamente, lançam para o mercado e para as mesas das famílias angolanas e não só vários produtos. Desde o mais simples rebuçado ao mais complexo processo de fabricação do óleo vegetal, da massa alimentar e a farinha de milho, além de outros bens de consumo diário das famílias.



Complexo Industrial do Grupo Carrinho na Catumbela é moderno e adaptado para os desafios da produção de alimentos

Mão de obra angolana domina a empresa

Tudo resulta da boa disposição de um grupo de 1.692 profissionais, dos quais apenas 50 são expatriados de diversas origens, entre portugueses, italianos, indianos, zimbabweanos, moçambicanos, turcos, brasileiros e sul-africanos. Todos empregados no complexo "gigante” de Benguela. É esse grupo que, do interior das várias unidades fabris dispostas no parque industrial, situado na zona da Catumbela, faz mover as máquinas e, por via disso, alimenta os vários mercados nacionais.

A missão da Carrinho Indústria é transformar e produzir as matérias-primas com origem nos campos de cultivo nacionais em produtos alimentares para os consumidores.

Aliás, esta operação não é feita isoladamente pela Carrinho Indústria. É na integração das várias unidades de negócio do grupo que as coisas acontecem. Ou seja, o processo de transformação executado pela Carrinho Indústria começa com o fornecimento de produtos recolhidos do campo, através de uma intermediação da Carrinho Agri, que é o vector agrícola do grupo, que compra os produtos do campo aos agricultores familiares, o que reforça ainda mais o compromisso deste grupo com o fomento e apoio aos pequenos produtores.

Deste processo, a Carrinho Agri ocupa-se pela originação dos produtos. Ou seja, ela tem a missão de identificar e trazer os produtores de todo o país ao abrigo de um protocolo de compra e venda de produtos, nomeadamente cereais, vindos do campo para a Carrinho Indústria para serem transformados. Das matérias-primas que a Indústria necessita, constam, por exemplo, o trigo, milho e o arroz.

Ganhos para as famílias e revendedores...

Uma das premissas pelas quais foi fundada a Carrinho Indústria é a redução da importação, a consequente baixa no custo dos produtos e bens alimentares e a auto-suficiência alimentar e nutricional.

De acordo com a matriz do negócio, e no entender da administração, com este complexo de fábricas a produzirem no país, fica, assim, a garantia de que os comerciantes e as famílias passam a ter noção de onde estão a ser feitos os produtos.

Um dos exemplos dos impactos positivos com a entrada em funcionamento da Carrinho Indústria é a redução da cesta básica. Até hoje, os produtos Carrinho dispõem dos melhores preços, a nível nacional, no que toca à cesta básica, isto é, face aos preços praticados pela concorrência.

E não fica por aqui. Há também a componente de que os preços devem baixar, de acordo com a teoria económica de que, "quanto maior a oferta, menor os custos” par os consumidores finais.

Com esta meta, a Carrinho Indústria ajuda, deste modo, a desincentivar a importação desses produtos, o que já é verificado dada a baixa dos preços que se assiste nos vários centros comerciais com produtos Carrinho e até em vários circuitos do mercado informal. Com isto, caminha-se, assim, rapidamente para a auto-suficiência quer em termos alimentares, quer em termos nutricionais.

Através da sua rede comercial, nomeadamente a Carrinho Comércio, e as lojas Bem Barato, os produtos fabricados pela Carrinho Indústria são despachados pelo mercado nacional. Para além das lojas e redes de distribuição diversas, a Carrinho Indústria dispõe de dois centros de distribuição, um centro de distribuição em Benguela, na zona da Catumbela, e em Luanda, na Zona Económica Especial, que suporta a dispersão pelos vários circuitos comerciais de todo o país.

Produção a granel e embalados saem diariamente para revendedores e outros parceiros do operador espalhados pelo país.

Sustentação para a Reserva Estratégica Alimentar

Também é a partir da Carrinho Indústria que são produzidos e armazenados os bens que ‘alimentam’ a Reserva Estratégica Alimentar (REA), um mecanismo cujo objectivo passa por regular o mercado e influenciar a baixa de preços dos produtos alimentares essenciais. Tudo começa na combinação de serviços desenvolvidos por todas as unidades de negócios.

Da Carrinho Indústria, sai a farinha de milho e do arroz, que são os produtos que vão para a Reserva Estratégica Alimentar.

Fundado a 30 de Novembro de 2019, o complexo de fábricas Carrinho Indústria é a ala produtiva do universo Carrinho, que, além dos seus 1.692 colaboradores directos, gera empregos indirectos a vários, com destaque para a subcontratação de serviços no domínio de transportes, pessoal de estiva dos armazéns, entre outros.

É, actualmente, na visão dos gestores, a empresa em que os jovens mais querem trabalhar, a considerar pelas vantagens diárias que os actuais empregados absorvem, desde formação onjob, benefícios sociais e outras regalias.

Iniciativa garante Reserva mais rica

A Reserva Estratégica Alimentar (REA) já comprou, através da empresa Carrinho Agri, mais de 10 mil toneladas de milho a 38 mil produtores que se dedicam à agricultura familiar, tornando o mercado nacional auto-suficiente na produção e oferta deste cereal, de acordo com o director de Agronomia, Ademir da Silva.

Ao atingir estes indicadores, a REA, que é gerida pelo Grupo Carrinho, deixou de importar, desde Setembro de 2022, milho, sendo que o mecanismo é suportado exclusivamente com produção nacional, fruto da actividade desenvolvida por produtores que se dedicam à agricultura familiar.

Ao todo, a Carrinho Agri estima comprar cerca de 100 mil toneladas de todos os produtos ao abrigo deste protocolo, nomeadamente milho, feijão, trigo, arroz e algodão. Nesta primeira fase, as 10 mil toneladas são exclusivamente referentes ao milho.

Em termos financeiros, as compras realizadas pela Carrinho Agri neste ciclo correspondem a um total de 1,3 mil milhões de kwanzas, investimento canalizado aos operadores da agricultura familiar, sem intermediação, nas seis províncias do país em que o protocolo já está em curso, conforme atestou o director agrónomo. O responsável disse que a parceria Carrinho Agri e os 38 mil produtores já produz resultados positivos "na vida dos técnicos envolvidos e da própria REA”, sendo que, pelo lado agrícola, esta relação está a cimentar as bases da agricultura familiar sustentável em Angola, beneficiando as famílias inscritas no processo.

"Os produtores estão a receber o valor das suas culturas na íntegra, sem intermediários, o que já lhes permite comprar consistentemente os bens que outrora não podiam, pois o preço não estava tabelado e nem sempre lhes trazia lucro”, explicou Ademir da Silva.

Por sua vez, a REA "está a garantir as condições para o fomento, garantia de mercado e abastecimento da REA com produção nacional, através de um programa de melhoria de qualidade de vida do produtor angolano”.

Na prática, estas acções já tornaram o mercado nacional auto-suficiente no que toca à produção e consumo de milho.

Só na província da Huíla, a Carrinho Agri já comprou mais de 6.000 toneladas a um total de 4.300 famílias camponesas.

"Já comprámos 50 por cento deste volume na Huíla. Neste primeiro ciclo, temos 38 mil produtores em todas as seis províncias”, avançou.

"Estas vantagens têm permitido, por outro lado, que a REA deixe de importar o milho. Aliás, desde Setembro de 2022 que este mecanismo estatal de abastecimento de cereais ao mercado nacional não importa o milho”, indica a fonte, depois de frisar que de vantagens não é tudo.

Conforme referiu, os profissionais da agricultura familiar, que vendem os seus produtos à Carrinho Agri, têm ainda beneficiado de apoios diversos. Por exemplo, há agricultores que, antes da parceria com a Carrinho, não tinham sequer documentos de identificação”, aponta. Com este protocolo, a Carrinho tem apoiado os produtores na obtenção do Bilhete de Identidade.

"É um documento vital para a assinatura de contrato de produção e consequente abertura da conta. Um dos maiores desafios que temos e necessitamos do apoio dos governos municipais para que nas campanhas futuras isto deixe de ser um problema”, rematou.

Fonte: Jornal de Angola

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