"Sentimos nas abordagens do Presidente da República, João Manuel Lourenço, esta preocupação em várias ocasiões, mas urge igualmente a mudança na fórmula da resolução dos problemas. Os jovens querem ser parte da solução, deve-se estimular esta forma de participação, devolvendo a cada jovem a responsabilidade de promover o desenvolvimento do país, com um assistencialismo moderado, criar um ambiente em que qualquer um que se dedique se esforce e consiga alcançar os seus sonhos.
Manuel Mbangui revelou que as acções do Executivo, realizadas pelo Ministério da Administração Publica, Trabalho e Segurança Social, através do INEFOP, no ano de 2022, beneficioaram 100.194 jovens, com a qualificação da mão-de-obra, tendo sido inseridos em programas de estágios profissionais, 5.536, a nível do fomento e auto-emprego, através de kits profissionais, foram beneficiados 32.058, e concedeu-se microcrédito a 6.995 jovens, que por via destas iniciativas se gerou perto de 117.426 empregos.
Para aumentar o leque de oportunidades aos jovens, o director-geral do INEFOP, considera que de forma transversal, deve-se prosseguir com acções que visam empoderar e intensificar os programas de orientação, quer profissional, como económico e social.
Defendeu, ainda, a estruturação de programas e projectos de incentivo à prática do desporto, leitura, cultura entre outras medidas que visam alargar os horizontes dos jovens . Urge , igualmente, cria um observatório da juventude, uma plataforma que se dedique ao estudo das problemáticas juvenis, que possa servir para avaliar o impacto das acções que estão a ser desenvolvidas na vida dos jovens, bem como de orientação em relação às medidas a adoptar a cada momento.
Ao nível do sector, disse, após anos de intenso trabalho, que, para a implementação do PAPE, pretende melhorar e alargar os programas de inserção dos jovens no mercado de trabalho, com algumas medidas de estimulo, com a contratação de jovens recém-formados, aumentar o número de estágios profissionais, disseminar programas de incentivo ao empreendedorismo, implementação de microcréditos diferenciados, promoção do auto-emprego, expansão da formação profissional ajustada à realidade e à necessidade do mercado de trabalho.
Manuel Mbangui quer ainda o desenvolvimento de um programa de formação em habilidade s comportamentais, "porque na interação com as empresas, sentimos que os jovens estão com carências destas habilidades (softskills), senso de responsabilidade, foco, motivação, capacidade de trabalhar em grupo e sobre pressão, enfim, é preciso desenvolver o Quoficiente Emocional”, destacou.
O director aconselha os jovens a sorrir para a vida, porque as dificuldades que vivem, não significam o fim da vida, afinal, as estrelas só brilham no escuro, por isso, devem continuar a acreditar que é possível mudar o curso das suas vidas.
"Encontrem tempo e espaço para se qualificarem ou formarem, é preciso estar sempre preparado, porque as oportunidades acontecem a qualquer momento. Vão aos centros de formação profissional, onde podem ter apoio, orientação profissional e vocacional aos programas de empreendedorismo”.
Manuel Mbangui contou que a sua maior oportunidade foide ter tido pai e mãe que souberam dar educação e princípios para vida, sempre estudou em escolas públicas e procurava aproveitar as dificuldades para superá-las. "É assim que vivo até hoje. Cada pedra no meu caminho, uso-a para a construção de um caminho mais adequado.”
Empreendedorismo juvenil
Durante o primeiro Fórum Nacional sobre o Fomento ao Auto-emprego e ao Empreendedorismo Juvenil, realizado, recentemente pelo Ministério da Juventude e Desportos, em parceria com o Instituto Angolano da Juventude, foi destacado que o Executivo tem políticas de apoio para assegurar o empreendedorismo da juventude, por criar várias cooperativas no domínio da agricultura e da pesca artesanal, no sentido de fomentar o emprego e garantir o melhor processamento do pescado.
A actividade serviu para apoiar jovens com iniciativas que possam gerar o auto-emprego, criar médias e pequenas empresas, no sentido de garantir a sustentabilidade das famílias, eliminar a vulnerabilidade e aumentar a resiliência.
Durante o encontro, a ministra da Juventude e Desportos, Palmira Barbosa, demonstrou o desejo para que os jovens sejam cada vez mais bem-sucedidos ao fortalecerem as suas iniciativas empreendedoras.
Defendeu a criação de uma rede de contactos, para que os intervenientes desta cadeia de empreendedores estejam em incubadoras juvenis bem estruturadas.
A ministra destacou que a missão do Ministério da Juventude e Desportos é fazer uma permanente eficiente advocacia a favor dos jovens, para que no meio das políticas públicas, possam encorajar e combater práticas como a delinquência juvenil, gravidez precoce, analfabetismo e outros males que assolam a sociedade.
Uma das formas de combater estes problemas, revelou, é ter o maior número de jovens ocupados, em busca do seu pão de cada dia, por via do empreendedorismo.