A Empresa Gestora de Terrenos Infra-Estruturados (EGTI) procedeu, esta terça-feira, em Luanda, à entrega de lotes de terreno para auto-construção dirigida às primeiras 64 das 150 vendedeiras e empregadas domésticas seleccionadas, que exercem a sua actividade no município de Cacuaco.
As contempladas receberam, de maneira formal, toda a documentação com informação técnica do projecto que as torna proprietárias dos lotes, como contratos assinados, títulos dos terrenos, projecto e os croquis de localização, numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado do Urbanismo e Habitação, Adérito Carlos Mohamed.
A iniciativa prevê beneficiar 300 vendedeiras ambulantes, de bancadas e empregadas domésticas, com parcelas de terreno de 150 metros quadrados (10 metros de largura e 15 de comprimento), onde devem ser erguidas moradias no modelo T3.
A zona loteada tem mais de 11 hectares, está localizada entre a Centralidade do Sequele e o bairro Mayé-Mayé, em Cacuaco, a um quilómetro das referidas urbanizações.
O espaço preparado já conta com os sistemas de abastecimento de água, energia eléctrica, escoamento de águas pluviais e residuais funcionais, assim como os arruamentos.
Enquanto presidia ao acto de entrega de lotes, em representação do ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, Adérito Carlos Mohamed felicitou as contempladas, tendo-as encorajado a construir as suas moradias dentro das suas possibilidades.
O secretário de Estado do Urbanismo e Habitação aconselhou as senhoras a se absterem de vender os espaços, e a encararem o processo de construção das suas moradias como uma oportunidade de viverem de forma condigna.
Adérito Mohamed sugeriu às contempladas que venham a enfrentar dificuldades para erguer as suas residências a procurarem por soluções bancárias, por via do crédito, para pagarem as obras de construção
O governante exortou as vendedeiras ambulantes e de bancadas, assim como as empregadas domésticas que ainda não cumpriram com o que está estipulado no contrato, a seguirem os padrões de construção das moradias definidos pelo projecto, para evitar contendas com as autoridades.
"Devem ser persistentes, dignificar o esforço empre-endido diariamente nas suas actividades laborais com o suor da construção neste terreno, para o bem das vossas famílias”.
Projecto abrangente
O administrador para a Área Técnica da EGTI, Kilson Gouveia, disse que o projecto é contínuo e comporta um conjunto de vantagens, que visam garantir qualidade de vida aos futuros moradores, contemplando locais para a instalação de espaços verdes e serviços.
"O projecto tem à sua volta investimentos públicos e privados, como o futuro Hospital Municipal de Cacuaco, instituições de ensino, o que será uma mais-valia”, disse.
Kilson Gouveia afirmou que a Empresa Gestora de Terrenos Infra-estruturados assumiu a responsabilidade de prestar auxílio técnico às obras de construção, para que o projecto seja respeitado, com a disponibilização de técnicos.
Segundo o arquitecto, para a efectivação do projecto foram cumpridas algumas recomendadas pela Organização das Nações Unidas.
A directora de Marketing e Vendas da EGTI disse que cada lote teve um custo de 90 mil kwanzas, que deve ser pago em três fases, em até 24 meses.
Jakeline Coelho explicou que o processo teve maior solicitação por parte das vendedeiras de bancada, seguidas das zungueiras e, por último, das empregadas domésticas, que antes passaram por um processo de inscrição e selecção, através dos requisitos exigidos e sorteio aleatório.
Aquela responsável informou que o processo de assinatura continua, uma vez que, do grupo das 150 seleccionadas, constam pessoas que se tornaram incomunicáveis. "Estamos abertos e a aguardar pelos seleccionados, pois queremos terminar a primeira fase para depois seguir com a segunda selecção de mais 150”, disse.
Denominado "Kizwa Kyobe” (que em língua nacional Kimbundu significa "Um novo dia começa aqui” ), o projecto habitacional de inclusão social é uma iniciativa da EGTI, que prevê a comercialização, a preço simbólico, de lotes infra-estruturados para mulheres com poucos recursos para a construção de moradias.
Fonte: Jornal de Angola
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