O Presidente dos EUA, Joe Biden, viajou, quarta-eira, para o Japão, onde se vai encontrar com os homólogos das sete maiores economias do mundo, numa altura em que a sua administração luta para chegar a um acordo com os republicanos, relativamente ao limite da dívida pública do país
A "guerra” da Casa Branca para chegar a um acordo com a maioria republicana na Câmara, que exige cortes de gastos em troca do aumento do tecto da dívida do país, está a gerar receio de um incumprimento histórico que teria efeitos ca-tastróficos no cenário eco- nómico mundial.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, explicou, na terça-feira, que Biden partiu para o Japão após a reunião com os líderes do Congresso norte-americano para resolver a questão da dívida e evitar o incumprimento inédito dos EUA.
"Biden prometeu aos nossos aliados que seríamos um parceiro mais confiável, mas são os EUA que estão a deixar de cumprir deveres diplomáticos críticos”, disse Brett Bruen, director de envolvimento global do Governo de Barack Obama. "É muito mau para as relações entre os países, quando o Presidente diz que vai aparecer, fazemos um país passar por toda a segurança e arranjamos problemas para preparar uma visita importante, mas depois este tem que desistir no último minuto.”
A reunião do G7 no Japão tem na agenda uma confluência de questões urgentes à medida que a guerra na Ucrânia avança. A contínua ascensão económica da China está a criar fissuras mais visíveis entre os aliados. E as iniciativas conjuntas que estão a ser preparadas antes da cimeira podem significar pouco se os EUA abrirem um buraco na economia global.
"Muitas vezes, um G-7 tem uma questão económica pendente. Pode ser uma crise financeira global, pode ser uma crise da zona do euro, ou tem uma questão militar ou geopolítica a pairar sobre ela. Este encontro tem os dois ”, disse Josh Lipsky, director sénior do Centro Geoeconómico do Atlantic Council. "É raro ter o tecto da dívida, Rússia, Ucrânia, China, todos a chegar no ápice neste G-7. É simplesmente extraordinário.”
Mas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse que as prioridades do G-7 há muito incluem apoiar a Ucrânia e tomar medidas para isolar ainda mais a Rússia. O grupo também deu ênfase a questões importantes para Biden, como abordar a mudança climática e fortalecer os laços com os países em desenvolvimento.
"Desde que o Presidente assumiu o cargo, revitalizar as nossas alianças e parcerias e restabelecer a liderança da América em todo o mundo tem sido uma das suas principais prioridades”, disse Kirby.
"Graças em parte ao trabalho árduo durante o G-7, você verá que nossos aliados e parceiros estão mais unidos do que nunca”, finalizou.
As expectativas para esta cimeira são, na melhor das hipóteses, modestas. A China, um tópico mais divisivo dentro do grupo, provavelmente receberá mais atenção no Japão do que a guerra na Ucrânia. A pressão dos EUA para ampliar as sanções e os controlos de exportação contra a Rússia já está a enfrentar oposição da Europa, que já absorveu o peso da dor económica resultante das sanções.
As preocupações económicas reforçam a relutância da Europa em arriscar biliões no comércio com a China, adoptando a postura mais agressiva de Washington.
Fonte: Jornal de Angola
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