Presidente acusa manifestantes de sabotarem a economia do país

 


O Presidente do Quénia, William Ruto, acusou, ontem, a oposição de sabotar a economia com protestos recorrentes.

"Todas as partes do Quénia disseram que não podemos sabotar a nossa economia usando violência e destruição de negócios e destruição de propriedade", disse citado pela Reuters quando se dirigia a um numeroso grupo de pessoas numa praça de Nairobi.

"O Quénia é o único lugar que temos para chamar de lar e devemos protegê-lo por todos os meios. Devemos proteger a nossa democracia; devemos proteger a paz no nosso país porque é responsabilidade colectiva de todos nós como cidadãos”, sublinhou.

Ontem, surgiram rumores de que a polícia queniana disse ter recebido ordens para não reportar as mortes ocorridas durante as manifestações, com uma ONG a relatar o falecimento de um total de 27 pessoas, desde os últimos três protestos deste ano.

De acordo com a agência norte-americana de notícias Associated Press, que cita um polícia que falou sob condição de anonimato, foi dito aos agentes para não reportarem as mortes durante as manifestações que a oposição convocou nas últimas semanas, mas não é claro quem deu a ordem.

Na semana passada, a Polícia confirmou a morte de seis manifestantes, mas esta semana não foi noticiada qualquer morte decorrente dos protestos que a oposição tem convocado todas as sextas-feiras para protestar contra a subida do custo de vida, e que esta semana decorrem desde quarta-feira.

A Polícia queniana há muito que é acusada pelos grupos defensores dos direitos humanos de usar força excessiva, mas existe uma preocupação cada vez maior relativamente às tácticas usadas pelo Presidente William Ruto, eleito no ano passado.

Entre os exemplos que as organizações não governamentais apontam está o caso de um polícia que se fez passar por jornalista, e a utilização de civis armados e vestidos à civil, durante as manifestações, para reprimir os protestantes, o que redunda, frequentemente, na morte dos manifestantes.

"Uma coisa que nos preocupa muito é a crescente interferência na polícia, com os polícias a receberem ordens fora da cadeia de comando policial, e começam a actuar no interesse do poder executivo e não no interesse público", disse o director executivo da ONG Unidade Médico-Legal Independente, Peter Kiama.

De acordo com esta ONG, a polícia relatou 27 mortes nas últimas três manifestações deste ano, a que se juntou mais seis mortos na quarta-feira.

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