Instituto da Criança critica aumento de casos de fuga à paternidade

 

Instituto da Criança critica aumento de casos de fuga à paternidade

As violações físicas, a fuga à paternidade e a disputa de guarda estão entre as principais ocorrências registadas, na semana passada, pelo Instituto Nacional da Criança (INAC), disse, segunda-feira, a porta-voz da instituição.

04/04/2023  ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO 09H52
Rosalina Domingos, porta-voz do Instituto Nacional da Criança © Fotografia por: Edições Novembro

Rosalina Domingos salientou que os 171 casos de agressões físicas, fuga à paternidade e disputa de guarda fazem parte de um total de 260 ocorrências de violência contra crianças, ocorridas entre os dias 25 e 31 do mês passado.

A porta-voz do INAC realçou que Luanda foi a que mais registou casos através  do Serviço de Denúncias SOS-Criança, com 56 ocorrências de violência contra menores, 48 de exploração de trabalho infantil, 14 de abuso sexual, 22 de negligência e abandono de crianças.

Quanto às 171 denúncias de violência física, fuga à paternidade e disputa de guarda, Rosalina Domingos explicou que pelo menos 56 casos foram registados em Luanda. Destas incidências, avançou, consta ainda a violação sexual de uma criança de oito anos, no município do Cazenga. "O abusador encontra-se detido e a vítima a ser acompanhada psicologicamente”.

Ainda no Cazenga, referiu, receberam a denúncia da agressão física e maus tratos de uma criança, de 2 anos, pela tia, que a amarrava por várias horas, sem comida e água. "O caso foi encaminhado para a Direcção Municipal da Acção Social”, referiu. No município de Viana, informou, registou-se a denúncia de outra agressão física e maus tratos de uma menor, de oito anos, pela tia, que a batia e também a queimou nos braços, barriga e nas costas.

 

Noutras províncias

Nas demais províncias, Rosalina Domingos avançou que, em Benguela, o INAC recepcionou 37 denúncias de violência contra crianças, com destaque para um caso de agressão física ocorrido no município de Benguela, em que foi vítima uma criança de 14 anos.

Em Malanje, disse, registaram-se nove denúncias de actos de violência contra a criança, com realce para um caso de abuso sexual, nos municípios de Kambundo Katembo, em que a vítima foi uma criança de cinco anos.

No Zaire, a instituição atendeu 17 denúncias. Entre os casos de referência, Rosalina Domingos destacou o abandono de uma criança de oito meses de vida, defronte à unidade militar em que o pai trabalhava. Rosalina Domingos aconselhou os pais e encarregados de educação a redobrarem o diálogo com os filhos, em especial quanto à prevenção da violência, sobretudo a sexual. "É uma prática que deixa marcas para toda a vida. Se tiverem conhecimento de um caso as pessoas devem denunciar, através da linha 15015. A chamada é anónima, gratuita e confidencial”, apelou. 

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