Carrinho aposta na digitalização de processos produtivos
O controlador de processamento industrial do Grupo Carrinho, Joaquim Vilar, apelou, recentemente, aos empresários nacionais a fazerem uma maior aposta nas tecnologias para garantir maior fluidez nos processos produtivos e uma rápida chegada das mercadorias ao consumidor final.
O gestor prestou estas declarações à imprensa à margem de uma mesa-redonda sob o lema "O Corredor do Lobito na Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), no quadro do ciclo de palestras da 5ªedição da Expo Indústria, que a Zona Económica Especial Luanda-Bengo acolheu de 29 de Março a 1 deste mês.
Joaquim Vilar deixou ainda subjacente a importância de garantir-se que os produtos saiam das localidades para o consumidor final, "algo que, no Grupo Carrinho, só tem sido possível pelo uso tecnologia de ponta".
A mudança digital, avançou o engenheiro, é importante porque evita a perda de tempo na procura de coisas que podiam ser resolvidas através de uma simples operação, usando ferramentas e tecnologia de informação para levar adiante uma gama variada de serviços que, hoje, já não precisam de ser resolvidos de forma presencial.
"Hoje, é o processo chamado 'click and view', na medida em que com um simples clique, podemos ter a percepção daquilo que necessitamos em termos de insumos necessários para a produção", disse.
Os maiores desafios ou objectivo da Carrinho, revelou, passam por elevar a autonomia e eficiência dos processos produtivos", sustentou o responsável.
Segundo Joaquim Vilar, o complexo industrial da empresa Grupo Carrinho tem algo diferenciado, porque "fazemos o reaproveitamento de tudo aquilo que era considerado residual".
"Temos uma fábrica de ração que nos permite reaproveitar todo desperdício das nossas unidades da área de secos, uma fábrica de sabão que utiliza todo desperdício das gorduras, pois sabemos que o sabão é feito com base nas gorduras. Essas duas fábricas vêm ajudar o próprio ecossistema, porque não enviamos ao ambiente aquilo que não estamos a utilizar, mas reaproveitamos esses bens que poderiam ir ao lixo para a alimentação animal que, por sua vez, vai beneficiar a agro-pecuária em Angola", informou.
De acordo com o gestor, a criação de infra-estruturas logísticas, tais como o Corredor do Lobito, os portos e toda a rede de apoio é "uma mais-valia", porque a partir do momento que Angola decide fazer parte da Zona de Livre Comércio, deve-se pensar que se produz, localmente, para o consumo interno, mas sem perder de vista a perspectiva de criar capacidade de exportação e que as linhas de comboios e portos serão fundamentais para que se consiga ter produção nacional em Angola a impactar directamente no Produto Interno Bruto(PIB) e na arrecadação de divisas, e com estes meios conseguir ter-se os referidos produtos escoados num menor espaço de tempo.
"A Carrinho tem feito um grande investimento na digitalização, porque tudo que fazemos assenta na tecnologia. Hoje em dia, todas as empresas são tecnológicas. Pelo menos aquelas que querem ser competitivas. Somos uma empresa tecnológica que faz produtos alimentares. Os bancos são empresas tecnológica que fazem serviços bancários. Sem base tecnológica, não podemos competir em lado nenhum" frisou.
Joaquim Vilar concluiu ao dizer que é necessário ter-se um sistema que favoreça a capacidade de decisão, desde a operação até a gestão, pois quando se olha para a operação, "deve-se, também, ter capacidade de decidir, pois não se decide bem sem boa informação".
"A digitalização é muito importante para todas as empresas, porque torna a indústria mais eficiente com o menor custo, algo que é vital para a sustentabilidade de qualquer investimento em busca dos dividendos necessários para a economia", afirmou.