Banco Mundial reforça carteira de projectos para o sector das Águas em Angola


O Banco Mundial prevê reforçar, nos próximos anos, em Angola, a sua carteira de projectos ligados aos sectores das águas e saneamento básico, inseridos no programa de alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável do Milénio.
Um dos maiores projectos do Banco Mundial, em Angola, é o de produção e distribuição de água potável, denominado Bita, na província de Luanda, que prevê a construção de infra-estruturas para armazenamento, distribuição de água, que abrange zonas, como o Benfica, Cabo-Lombo, Bita, Bita-tanque, Ramiros, Morro dos Veados, Zango e outras.

O projecto BITA financiado pelo Banco Mundial visa elevar de forma substancial a capacidade de distribuição e a melhoria dos indicadores de acesso à água potável no seio da população de Luanda, estimada em perto de dez milhões de habitantes.

A intenção de reforçar a carteira de projectos, foi manifestada pelo próprio Banco Mundial, durante uma mesa-redonda, que organizou, em Washington, sobre o Alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável do milénio, em relação da água e ao saneamento básico. 

A ministra das finanças, Vera Daves, que chefiou a delegação angolana, na mesa redonda do Banco Mundial, disse que o projecto BITA está orçado em mil milhões de dólares, conta para o efeito, com a emissão de uma garantia, por parte do BM e o financiamento de um consórcio de bancos, tendo o primeiro desembolso ocorrido no início de Abril do ano em curso.

De acordo com uma nota do Ministério das finanças, a assistência técnica que o Banco Mundial garante para o reforço da capacitação institucional das empresas públicas do ramo da energia e águas, deve ser revista no quadro legal, para permitir a entrada de operadores privados na cadeia, como de águas e energia.

Durante a mesa redonda, a ministra Vera Daves destacou a importância de implementação por parte do Banco Mundial, programas de educação ambiental para que os cidadãos possam participar de forma proactiva, não apenas como beneficiários, mas de terem a cultura de preservarem equipamentos públicos, uma vez que, o contexto angolano, é marcado por actos de vandalização das condutas, gerando elevados desperdícios de água.

 

Países africanos partilham experiência

No encontro, os ministros das finanças dos países africanos da região austral e oriental partilharam experiências das suas regiões, com destaque para as Ilhas Maurícias, que conseguiu atingir a cobertura integral de distribuição de água potável a toda a população.

Países, como Quénia, Tanzânia, Madagáscar, Malawi, Burundi, Sudão do Sul e Etiópia, também, apresentaram as suas perspectivas e desafios sobre o Alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável do milénio, dando excelentes indicadores, quanto à cobertura de distribuição de água potável às populações.

A vice-presidente do Banco Mundial para África Austral e Oriental, Victória Kwakwa  transmitiu durante o encontro uma mensagem de esperança, apontando que é possível atingir a cobertura total, como já acontece com as Ilhas Maurícias. 

Victória Kwakwa apontou os desafios que os países vão enfrentar, nos próximos sete anos, para atingir a meta dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável do milénio.

A vice-presidente do Banco Mundial disse que os países vão enfrentar desafios de coordenação de políticas, uma vez que, existem vários intervenientes no processo, incluindo, também, os cidadãos, que têm o papel de preservar os bens públicos em benefício da população.

Hoje, domingo, 16, encerra a presente edição das Reuniões de Primavera, organizadas pelo Banco Mundial (BM) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Durante as Reuniões de Primavera, os Conselhos de Governadores de ambas as instituições financeiras discutirem as perspectivas económicas mundiais, o fim da pobreza, o desenvolvimento económico e a eficácia da ajuda, resultados muito úteis para a tomada de decisões dos governos e investidores.

A problemática da recessão global, pressão inflacionária, política monetária dos bancos centrais, a recente crise bancária nos Estados Unidos e na Europa desencadeada pelo colapso de vários bancos e mudanças climáticas são alguns dos temas fortes debatidos, em Washington.

No quadro das Reuniões da Primavera 2023 foram realizadas importantes reuniões do Comité de Desenvolvimento, órgão conjunto, e do Comité Monetário e Financeiro Internacional do FMI, com o objectivo de analisar o andamento dos trabalhos do Grupo Banco Mundial e do FMI.

Foram, igualmente, organizados seminários, briefings regionais, colectivas de imprensa e outros eventos com foco na economia global, desenvolvimento internacional e mercados financeiros globais. 

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