Economistas projectam o país entre os maiores do continente


Este é a visão da economista Juliana Evangelista, no comentário enviado ao Jornal de Angola, sobre o mais recente relatório da consultora britânica "Oxfords Economics”, que avançou, para este ano, um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola nos 2,3 por cento.

Segundo Juliana Evangelista, "é importante que Angola mantenha as taxas de crescimento próximas das economias mais robustas da região, como a Nigéria e a Costa do Marfim que, este ano, prevêem uma taxa de crescimento de 5,7 por cento”.

Para a economista, a consultora "Oxford Economics” prevê um crescimento 2,3 por cento para a economia nacional, este ano, em consequência do desempenho positivo registado em 2022, com base na avaliação positiva de num conjunto de pressupostos que determinaram a performance económica satisfatória.

Entretanto, disse a economista, ao longo do exercício de 2022 foram registados avanços consideráveis das reformas económicas em termos de ambiente de negócios e fiscais, portanto, creio que caminhamos para um sistema fiscal moderno, que tem contribuído para o aumento da competitividade da economia, sem descurar a dinâmica da subida do preço do petróleo no mercado internacional verificada em 2022, que permitiu a realização da receita necessária para contrapor a pressão sobre as reservas internacionais que seguiam um período de queda e o equilíbrio da divida pública.

"A economia não petrolífera registou uma expansão de 4,0 por cento para o sector não petrolífero, o que quer dizer que a estratégia da diversificação da economia que tem surtido efeito, embora ainda não apresente os níveis desejáveis”, afirmou.

Juliana Evangelista entende ainda que o objectivo de estimular a produção interna, melhorar a produtividade é, certamente, a melhor forma de garantir a sustentabilidade da economia e redução da dependência externa face as importações de produtos agrícolas.

Para ela, dar continuidade a este processo, justificou a cabimentação no presente Orçamento Geral de Estado para 2023, o aporte de cerca de 10,1 por cento do total da despesa, incluindo a aprovação de investimentos para acelerar a diversificação da economia com a implementação de vários projectos públicos nas áreas de agricultura e pescas.

Ainda assim, detalha, um dos problemas estruturais da economia nacional relaciona-se com o peso excessivo do sector petrolífero, mesmo com a queda da produção em cerca de 8,0 por cento em 2022, está commodity representa cerca de 80 e 85 por cento das exportações e receitas fiscais respectivamente. Portanto este ano prevê-se uma redução da produção petrolífera para 1.127 barris por dia, também afectada pela conjuntura internacional e as questões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia, que tem impactado no crescimento na economia mundial, e sendo a economia russa um dos maiores produtores mundiais desta commodity, foi susceptível a desaceleração da produção no mercado internacional e nacional respectivamente.

Efeito das reformas

Por sua vez, o docente da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto Mário Munto Ndala entende que a avaliação feita pela consultora "Oxford Economics” sobre o crescimento económico de Angola traz perspectivas positivas para o país.

Conforme referiu, o crescimento de 2,3 por cento previsto para este ano é um aumento em relação ao crescimento de 2,0 por cento registado no ano passado e mostra que a economia angolana está a recuperar-se gradualmente. Além disso, a expansão económica no ano passado foi impulsionada pelo sector não petrolífero, o que indica uma maior diversificação da economia do país.

O economista admite, contudo, haver ainda um forte impacto da produção petrolífera nacional. "A avaliação da consultora também destaca a importância das políticas económicas implementadas durante o programa do Fundo Monetário Internacional para apoiar o crescimento abrangente no ano passado. Isso mostra que as reformas económicas podem ser uma ferramenta importante para impulsionar o crescimento económico de Angola e aumentar sua resiliência a choques externos. No entanto, é importante garantir que essas reformas sejam inclusivas e beneficiem toda a população, especialmente os grupos mais vulneráveis, para garantir um crescimento sustentável e duradouro”, concluiu Mário Ndala.

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