Fórum sobre Modernização Chinesa e o Mundo realça importância da cooperação com os parceiros

Os participantes no fórum “A Modernização Chinesa e o Mundo”, realizado, sexta-feira, em Shanghai, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, destacaram o contributo do “gigante asiático” no processo de desenvolvimento dos países parceiros e na economia mundial.

Promovido com objectivo de avaliar o sucesso da modernização chinesa e a influência para o resto do mundo, o certame teve o cunho de juntar, no mesmo palco, várias personalidades da política mundial, com realce para Dilma Rousseff, ex-Presidente do Brasil e actual líder do Novo Banco de Desenvolvimento, Essam Sharaf, antigo Primeiro-Ministro do Egipto, e Mamadou Tangara, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da Gâmbia.

Realce, ainda, entre os prelectores, para Max Baucus, ex-embaixador dos Estados Unidos na China, Zhu Min, antigo director do Fundo Monetário Internacional (FMI), bem como de Mark Tucker, presidente do Grupo HSBC.

Coube ao conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, proceder ao discurso de abertura, tendo, na ocasião, sublinhado que os êxitos da modernização chinesa não foram "entregues de bandeja ou caído do céu”, mas conseguido "passo a passo”, na sequência de "esforços determinados e diligentes do povo chinês”, sabiamente liderado por Xi Jinping.

O chefe da diplomacia chinesa esclareceu, ainda, que a modernização da China é profundamente enraizada na história, práticas e filosofias do país. Admitiu, por isso, que tal sucesso conquistado despertou a confiança dos países parceiros em seguir, também, o caminho da modernização.

"Nos eventos, o que mais ouvimos, é o desejo de aproveitar as novas oportunidades trazidas pelo desenvolvimento de alta qualidade e pela abertura ao exterior de alto nível da China”, disse.

Com uma população estimada em mais de 1,4 biliões de chineses e maior do que a soma total dos países desenvolvidos, acrescentou, a China dará mais forças para a economia mundial.

Ressaltou o facto de o país liderado por Xi Jinping ser hoje o principal parceiro comercial de mais de 140 países e regiões, investir directamente 320 milhões de dólares ao exterior e acolher mensalmente três mil negócios estrangeiros.

Revelou, ainda, a propósito, que na última década, a China contribuiu para o crescimento global com mais do que a soma dos países do G7, oferecendo à comunidade internacional plataformas para o desenvolvimento e prosperidade comuns às várias nações.

A tese de Qin Gang é defendida pelo antigo embaixador norte-americano na China, Max Baucus, que concorda com a grande influência exercida pelo "gigante asiático” na implementação acelerada da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

O diplomata atribui igualmente à "boa política chinesa” o facto de o país ter conseguido em apenas décadas o que países desenvolvidos conseguiram em séculos em termos de industrialização.

Para o antigo director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Zhu Min, o modelo da política chinesa deve inspirar todos os países em desenvolvimento a confiarem cada vez mais na possibilidade de alcançarem êxitos.

Convidado a dissertar sobre o tema em análise no fórum, Mark Tucker, presidente do Grupo HSBC, corroborou com o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, ao reforçar que alguns países, embora altamente desenvolvidos em termos económico, científico e tecnológico, têm enfraquecido em termos de capital, por culpa do materialismo desenfreado, empobrecimento cultural, degradação moral e desordem social.

Banco dos BRICS

A presidente do banco dos BRICS, Dilma Rousseff, disse ter a plena consciência de que diferentes padrões de modernização da China podem significar avanços para os povos do Sul global, em especial a América Latina.

A antiga Chefe de Estado do Brasil acredita haver um movimento de "reglobalização” e que se deve aprofundar, tornando as grandes regiões em polos específicos de comércio intra-regional, "que se relacionam entre si”, aprofundando o movimento de criação de uma "nova arquitectura financeira mundial” e "nova globalização”, baseada na utilização de moedas próprias dos diferentes países.

A característica principal da modernização chinesa, segundo a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), está centrada no povo. Como prova disso, sublinhou a ex-estadista, nas últimas quatro décadas, a China foi capaz de tirar mais de 800 milhões de pessoas da extrema pobreza, facto que considerou de "grande feito, sem paralelo na história da humanidade”.

Desafiou, a finalizar, a China a iniciar um processo de criação de uma "sociedade socialista moderna”, assegurando que o NDB pode desempenhar um papel importante na transformação da ordem internacional injusta, construindo um mundo melhor de multilateralismo e promovendo a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

Africanos mais confiantes

A política interna e externa da China é avaliada pelos africanos presentes no Fórum como sendo a mais nova abertura à esperança dos países em vias de desenvolvimento.

Entende o ministro gambiano dos Negócios Estrangeiros que o crescimento económico rápido da China e a estabilidade social por longo tempo servem de provas inequívocas da enorme capacidade do país asiático.

Admitiu, a despeito, que o continente africano tem diante dos olhos um parceiro com quem pode contar para os desafios de construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos.

"A África sempre promove o intercâmbio entre civilizações e sem disputas entre elas. Enaltecemos, por isso, a capacidade da China em aliviar a pobreza nos países em vias de desenvolvimento e promover a prosperidade”, enfatizou.

O ex-Primeiro-Ministro do Egipto, destacou os efeitos da modernização chinesa na civilização, com novos vigores, e contributo para mais sabedoria, paz e prosperidade do mundo, com realce para o progresso da humanidade.

"Tal como a China, aspiramos um mundo mais belo, em que as civilizações se prosperam de geração a geração, através da auto-renovação constante, abundância material e avanços culturais e éticos”, frisou.

  Oportunidades para o crescimento mundial

O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, espera que a modernização do país crie novas oportunidades para o desenvolvimento mundial.

Numa mensagem sublinhada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, o Chefe de Estado chinês saudou os participantes ao fórum e esclareceu que a China está disposta a trabalhar com todos os países interessados em firmar parcerias.

"O país dará um novo impulso à busca da humanidade por caminhos para a modernização e melhores sistemas sociais, e trabalhará com todos os países para avançar na construção de uma comunidade com um futuro partilhado pela humanidade”, citou Qin Gang.

O chefe da diplomacia chinesa referiu, ainda, que na mensagem dirigida ao evento, Xi Jinping esclareceu que a modernização é uma busca incansável do povo chinês, desde o início dos tempos modernos, e a aspiração comum dos cidadãos de todos os países.

"Para a busca da modernização, um país precisa seguir certos padrões gerais. Mais importante, deve partir de suas próprias realidades e desenvolver suas próprias características”, disse, fazendo menção ao teor da mensagem do Presidente da República.

Prosseguiu a leitura, sublinhando que, segundo Xi Jinping, "depois de uma longa e árdua busca, o Partido Comunista da China liderou toda a nação chinesa na busca de um caminho de desenvolvimento adequado às condições da China”.

"Agora estamos a construir um país forte e a avançar com o rejuvenescimento nacional em todas as frentes, por meio de um caminho chinês para a modernização", finalizou.

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