Governo aposta na transformação dos recursos naturais em riqueza real


O secretário de Estado para os Recursos Minerais disse, sexta-feira, em Luanda, que a adopção de um modelo de governação do sector Mineiro, assente em instituições como o Instituto Geológico, Agência Nacional dos Recursos Minerais e empresas estatais (Endiama e Sodiame) com estrutura para liderar a actividade, constituem alguns dos pilares necessários para transformar o potencial de recursos do país em riqueza real, em prol da melhoria das condições de vida da população.

Jânio Correia Víctor, que falava na Conferência de Imprensa de Lançamento das "Jornadas Técnicas e Científicas do Trabalhador Mineiro”, a decorrerem de 17 a 27 do presente mês, referiu-se, também à  criação da futura Bolsa de Diamantes, o Secretariado do Processo Kimberley e adesão à Iniciativa de Transparência na  Indústria Extractiva (ITIE) entre as linhas de força para melhor gestão do sector.

De acordo com o governante, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás tem estado  envolvido no processo de atracção de investimento quer nacional, quer estrangeiro, na medida em que o  sector é de investimento intensivo e de ricos, o que significa que, de uma maneira geral, os grandes projectos precisão  de um suporte financeiro muito forte.

"Em primeiro lugar, procurámos criar condições internas para que  pudesse haver investimento e esse investimento traduziu-se em, a nível interno, numa série de pequenas empresas que têm estado a enviar a sua  documentação para o MIREMPET e depois tramitam para a ANRN para a concessão de títulos mineiros, assim como tivemos também grandes empresas internacionais que estão neste momento a operar no país”.

O governante sublinhou que o ciclo de vida dos projectos mineiros é muito longo, de maneira que se a começarmos com a prospecção, possivelmente, venhamos a ter uma mina depois de 10 anos, o que, significa que durante este tempo todo, estarmos a investir com os riscos que se correm, uma vez que há casos em que o dinheiro que se inviste não é recuperado.

Há evidências de que Angola dispõe de uma variedade de recursos, mas, com excepção dos diamantes e rochas ornamentais, o ferro cuja exploração vai reiniciar, precisamos de comprovar a sua existência porque queremos transformá-lo em riqueza verdadeira, com o objectivo de tornar Angola num verdadeiro país mineiro, porque ainda não atingimos esta meta”, disse.

Um verdadeiro país mineiro, frisou o secretário de Estado, é aquele em que uma boa parte do seu Produto Interno Bruto (PIB) vem essencialmente da indústria mineira.

"Estamos a dar passos para isso, é claro que ainda vai demorar o seu tempo, mas estamos nesse caminho. São estes os principais desafios do sector, e contamos com o apoio de todos os outros sectores”, concluiu.

Projecto diamantífero "Yetwene” gera 500 empregos

O presidente do Conselho de Administração da Endiama,  José Manuel Nganga Júnior, anunciou para breve, o arranque da fase de produção do Projecto Yetwene, uma mina de diamantes aluviais com extensão de 508 quilómetros quadrados, localizada em Lukapa, Lunda-Norte, cujo investimento na fase de prospecção foi de 25 milhões de dólares, tendo gerado 500 postos de trabalho.

Com uma participação de 20 por cento da Endiama, a mina caracterizada como depósito secundário (Aluvião), foi concessionada à operadora Mountain Stability lda, estruturada, numa primeira fase, para uma produção de cerca de  10 mil quilates por mês, com perspectiva de evoluir para os 15 mil quilates por mês, na segunda etapa, percentagem que a Endiama estabelece como média em todos os projectos.

O projecto, segundo José Manuel Nganga Júnior, foi submetido à fase de investigação geológico-mineira durante três anos o que permitiu aferir a existência de reservas economicamente exploráveis, sendo que os estudos de viabilidade para um investimento realizado nesta fase da prospecção está na ordem dos 25 milhões de dólares. "Para nós, Endiama, e para os projectos de aluvião (diamantes),  o que temos estado a fazer é dotar cada um deles para uma capacidade não inferior a 15 mil quilates  por mês. Portanto, este projecto vai seguir a mesma característica”, assegurou.

Actualmente, o projecto tem reservas economicamente exploráveis  para cerca de cinco (5) anos de forma garantida. Os preços de venda para este projecto resultam em cerca de 300 dólares o quilate, o que pressupõem uma média de três milhões dólares por mês. 

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