Grupo Gallianus investe 14 milhões de dólares na instalação de indústria pesqueira na Baía Farta

O grupo Gallianus Pescas investiu 14 milhões de dólares na instalação da pescaria que está a capturar mais de 400 toneladas de pescado mensalmente no município da Baía Farta, em Benguela.

Segundo o director geral do grupo, Marco Cohen, que prestou a informação ao Jornal de Angola, o surgimento da instituição permitiu criar empregos a dezenas de jovens, maioritariamente, do município da Baía Farta.

Avançou que a pescaria está aberta há seis meses e o balanço que faz é positivo.

 "Estamos a fazer a nossa parte e de acordo com aquilo que são as nossas expectativas desde a concepção até a sua efectivação, temos dado uma contribuição valiosa ao sector produtivo nacional e no combate à fome e à pobreza”, disse o gestor.

Mário Cohen afirmou que a empregabilidade é uma das prioridades dada pelo grupo.

"Sempre olhamos para o bem-estar da nossa população, por isso, nós, enquanto grupo, o que temos feito é focarmo-nos na empregabilidade dos jovens do município embora termos, também, jovens oriundos das províncias da Huíla, Cunene e Malanje", disse.

Explicou que a maior parte dos trabalhadores são jovens do município da Baía Farta que ganharam o seu primeiro emprego.

Interrogado sobre a linha de crédito beneficiado, o responsável disse que era preciso mais.

"Precisávamos muito mais. Temos o investimento de 14 milhões de dólares no global, mas, para atingirmos os níveis de satisfação e podermos exportar o nosso produto com a qualidade e padrões internacionais que são necessários, acreditamos que o dobro, sim, seria o ideal" sustentou.

Mário Cohen disse que o grupo precisava de fazer maior investimento em termos de infra-estruturas,  embora a estrutura instalada seja moderna, justificou.

Disse que a empresa tem necessidade de construir infra-estruturas e adquirir meios de captura que darão melhor controlo na qualidade de produto.

Exemplificou que o grupo tem a responsabilidade social de perceber se este ou aquele pescado está em condições e tem a medida exigente para ser capturado.

Mercado de consumo

Mário Cohen mostrou-se regozijado com o amplo mercado angolano.

O gestor referiu que o mercado é bom para se fazer negócio e por isso é o mercado que consome as capturas que são feitas pela Gallianus Pescas, no município da Baía Farta.

Disse,  como angolano fica feliz por saber que o "nosso mar, embora com muita dificuldade, encontra-se uma vasta gama de bom pescado".

O gestor disse que a pescaria recebeu, recentemente a visita dos embaixadores africanos acreditados no país, a quem, segundo ele, a mensagem transmitida é de que os angolanos com meios próprios é possível construir, pescar, exportar produto de qualidade e proporcionar melhor qualidade de vida à população.

Interrogado sobre a concorrência no mercado , Mário Cohen negou categoricamente, afirmando que não há concorrência, nem disputa.

Afirmou que as demais pescarias são colegas e o surgimento de uma nova indústria do ramo é um valor acrescentado para os angolanos.

Disse que, quando surge uma nova industria, deve se olhar para a conquista como um ganho diferente de algo como competitivo.

"Para o caso da indústria da Gallianus Pescas, é mais um grupo angolano a dar emprego, a investir e a fazer pelo seu país. É assim que devemos encarar as coisas”, defendeu.

Esclareceu que a Gallianus é mais uma marca em Angola focada no ramo das pescas e com responsabilidade social na sua área de actuação e junto das comunidades.

  Captura do pescado satisfaz  demanda no mercado local

Em seis meses de operação no mercado, o gestor disse que é normal que haja altos e baixo.

"Eu sou daqueles que se contenta com o pouco porque é com o pouco que fazemos muito”, disse, enfatizando que quando se fala de escassez de pescado existem instituições com capacidade de analise e de interpretação". disse.

Por isso, afirmou que a abertura da indústria de pescado no mercado, além de criar emprego aos jovens do município da Baía Farta, abriu também  oportunidade a outros oriundos das províncias da Huíla, Huambo, Bié e Malanje.

O chefe da área de embalamento de peixe, Claudio Amandio, disse que o seu enquadramento na fábrica é um privilégio porque está a permitir ajudar a sua família.

Um outro jovem que conseguiu o seu primeiro emprego, António Júlio Cafina, 30 anos, natural da Matala, município do Lubango, província da Huíla,

explicou que apercebeu-se da oportunidade de emprego na fábrica a partir da Rádio Huíla, dizendo que a experiência está a ser boa, porque aprendeu com os colegas.

Colocado na área de partir peixe, disse que com o salário, está a ser possível assumir os custos localmente.

Delfim Hilario, 24 anos, veio do bairro da Vila, na cidade e província de Malanje.

Segundo ele, a procura de emprego obrigou-lhe a instalar-se há dois anos em Benguela, onde, por intermédio de um comunicado, ao aperceber-se da oportunidade de emprego na fábrica, mediante um exame psicotécnico, foi admitido.

Afirmou que a experiência está a ser positiva, defendendo o surgimento de mais fábricas iguais para que outros jovens tenham, também, oportunidade de emprego.

Raquel Ekulika, outra jovem que ganhou o seu primeiro emprego é a responsável da higienização da fábrica. Ela reconheceu as valências e oportunidades de aprendizagem que os trabalhadores, na sua maioria jovens, estão a beneficiar na fábrica.

Disse que antes do peixe entrar na fábrica faz-se uma higienização total para receber o produto, salientando que o trabalho é feito mediante uma protecção aceitável dos trabalhadores.

É a sua primeira experiência trabalhar numa pescaria. "Sinto-me bem porque é tudo novo e estou a aprendendo cada dia que passa e é sempre bom ter novas experiencias”, disse, assegurando que o processamento está a ser feito em segurança.

A administradora municipal da Baía Farta, Rosalina Kasisa, reconheceu o investimento que está a ser realizado por empresários no sector das Pescas no município.

Reconheceu que o sector das pescas, em Benguela, por ser um importante centro piscatório do país, rico em espécies de pelágicos e crustáceos, a Baía Farta tem beneficiado de investimento não só do empresariado, como do Governo.

Enalteceu a dinâmica dos empresários e salientou que, com recursos próprios ou financiamento público, têm contribuído para o aumento significativo dos níveis de captura, processamento e congelação de pescado.

Na Baía Farta, um dos dez municípios da província de Benguela, estão a  funcionar 14 pescarias e estima-se que a capacidade de conservação ronda, actualmente, as nove mil toneladas de pescado.

Dados do sector das Pescas apontam para a captura de 17 mil toneladas de pescado diverso no segundo trimestre deste ano, na província de Benguela, dois terços  das quais na Baía Farta.

Adalberto Carvalho

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