Prado Paim encanta público com sucessos de época

Os músicos Prado Paím e Gaby Moy vão partilhar o palco do Kinenu Club no dia 30 deste mês, como convidados especiais do projecto "Muzonguê do Ngolé", realizado em Luanda, no bairro Golfe, Subzona 10, no Largo dos Bordões. Um dia antes, Prado Paim actua no Largo da Unidade Africana, no projecto "Maratona dos Kotas".


Para além de Prado Paim,  o projecto "Maratona dos Kotas" vai contar com as presenças de Calabeto, Dom Caetano, Sabino Henda, Augusto Chacaya, Lulas da Paixão, Carlos Lamartine, Gaby Moy, Voto Gonçalves, Massano Júnior, Clara Monteiro, Robertino e Dina Santos.

Acompanhado pela banda Dizu Dietu, o músico e compositor Prado Paím foi protagonista  de uma actuação brilhante, realizada na tarde de domingo, no palco da Unidade Africa, no Miramar, em Luanda. O convidado do Conjunto Dizu Dietu animou todos os presentes na tarde de domingo no projecto "Almoço da Família”.

O artista levou no seu alinhamento sucessos como "Mensagem aos Presidentes Africanos”, "Nzenze”, "Ambundu” e "Bartolomeu”, merecendo aplausos da plateia.

Na companhia do Conjunto Dizu Dietu, Prado Paím continuo a interpretar outros temas como "Flora de Luna”, "Lamento de Duia”, "Capretinha”, "Pensando conformet”, "Lemba Cidade Linda”, "Lamento de Mingo”, "Cota Escrivão, Bonguinha”, "Malalanza”, "Aki Aka”, "Maka Mami”, "Hoola Hoop”, "Pato Fino”, "Nzyzita” e "Semba Avó”.

Com o reforço do vocalista Legalyze e Luís Vasco, o artista cantou e encantou o público, numa actuação que contou com as presenças do percussionista Bucho Martins, Lito Graça na bateria, o conjunto de guitarristas, Dikanza de Raul Tulinga, solo de Teddy Nsingui, Yark Spin nas teclas, Benny Makanzo no Saxofone e Mias Galheta no baixo.

Na ocasião, Prado Paím afirmou que o conjunto Dizu Dietu tem estado a evoluir bastante na sua capaciade técnica, sendo um orgulho para si partilhar o palco e ser acompanhado por jovens que considera serem parte do que chama "futuro da música angolana".

"Devo passar a minha experiência aos mais jovens, e uma das formas de fazer é actuar com eles. Me sinto grato em partilhar o palco com os mais jovens. A organização teve um bom principio em unir os mais velhos com a nova geração. Devemos fazer com que os mais novos bebam um pouco daquilo que sabemos", disse, acrescendo que está sempre pronto para actuar mas não o faz por falta de convites. 

Músico e nacionalista

Domingos Prado Paím nasceu aos 14 de Janeiro de 1942, no Dande, e actualmente reside no Sambizanga, rua 12 de Julho, Zona 13. Serralheiro mecânico de profissão, é conhecido por "Papá Bolingó", devido à influência da música congolesa.

O cantor e compositor assume-se como nacionalista e patriota, tendo se envolvido em actividades clandestinas aos 16 anos, em Caxito, na companhia dos amigos Américo de Gouveia Leite, Mateus Sebastião Francisco, Zitinho e Humberto Gouveia Pinto. Por cantar temas de carácter revolucionário, em 1959 começa a ser perseguido pelas autoridades coloniais, por isso emigra para Luanda, proveniente do Dande.

Na capital do país, como trabalhador da companhia de Cimento de Angola, deu continuidade aos trabalhos políticos contra o regime colonial português, lançando panfletos, mobilizando camaradas, recebendo orientações dos nacionalistas Vidal, General Mona, General Manuel Alexandre Duarte Rodrigues "Kito”, Francisco Conde Victória, Bunde Conde e orientações de Pedro de Castro Van­-Dúnem "Loy”.

"Não deixo de lembrar o período muito duro que passamos no sofrimento, em 1961, quando a Policia Internacional em Defesa do Estado Português foi prender-nos em casa do meu irmão nacionalista, Manuel Paim Neto, juntamente com outros nacionalistas e patriotas, respectivamente José Luís de Sá Menezes e António Garcia de Miranda Paim, e muitos outros nacionalistas que a memória me cega que deram o melhor que tinham para dar por esta pátria mãe amada e querida Angola”, contou o artista.

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