Lamartine e Banda Maravilha levam o semba a Talatona


Carlos Lamartine e Banda Maravilha levam ritmos de semba ao bairro Talatona na abertura do projecto "Mestres do Semba", que acontece sexta-feira, às 19h30, no hotel Monalisa, em Luanda.

O concerto entra na continuidade das distintas homenagens ao autor de "Pala ku mua bessa”, que celebrou 80 anos de idade com o lançamento de um livro e disco.

"Mestres do Semba" é um conceito registado pelo hotel Monalisa, de acordo com o porta-voz, Tony Webba. A intenção é de promover o estilo musical semba, sendo uma forma de homenagear os artistas, instrumentistas, cantores, compositores e outros intervenientes, "não deixando ficar no anonimato todos os artistas".

Reconheceu a não existência de iniciativas suficientes para contribuir para o reconhecimento social permanente, de forma que eles possam ter alguma sustentabilidade de vida em termos de dignidade. Por outro lado, considerou que a falta de iniciativas públicas e privadas não pode impedir que projectos semelhantes cresçam.

Nesta primeira fase, o foco é o semba e no hotel Monalisa, porém, não está descartada produções noutras regiões do país e no estrangeiro.

A organização reconheceu que o projecto coincide com iniciativas do Executivo, que por meio do Ministério da Cultura e Turismo aposta numa maior valorização do semba, recentemente elevado a Património Imaterial Nacional. Outra pretensão é o de incentivar os gestores hoteleiros nas actividades culturais, "neste espaço vamos apostar na divulgação da música angolana que pode ser uma das oportunidades para a valorização da nossa cultura em Talatona, que é um dos diferenciais do projecto".

Tony Webba realçou que não tem conhecimento de existir algo semelhante que tenha como substância este estilo musical, porque os espaços de restauração divulgam mais outros estilos e apostam no karaoke. "Alguns projectos isolados mas sem regularidade. Com "Mestres do Semba" queremos proporcionar, para quem vive em Talatona, o estilo semba, trazer público de outras zonas e oferecer aos turistas e estrangeiros que estão aqui a desfrutar".

O também porta-voz do Conselho de Administração da nova equipa de gestão hotel Monalisa é de opinião que na hotelaria e restauração os eventos culturais são instrumentos apropriados para fazer a divulgação e promoção da identidade como uma finalidade da unidade, que por via da cultura e arte pode servir de de atracção.

"Como uma das razões que contribuiu para o surgimento do projecto", disse, em Dezembro do ano passado tiveram convivas de várias nacionalidades que assistiram um festival do mesmo género musical e gostariam de fazer mais vezes, mas "gostariam de encontrar um calendário mais diversificado e com outras opções".

Tony Webba reconheceu que a nível governamental e da sociedade civil algumas iniciativas foram despoletadas como a existente entre o Instituto de Segurança Social em parceria com a UNAC-SA. Do lado da organização afirmou que a pretensão é que os músicos sintam reconhecimento por tudo que fizeram. "Dentro de uma política de responsabilidade social, que devemos abraçar este tipo de projectos de modo a contribuir mais para a valorização dos músicos. Já temos o espaço, os monumentos, agora precisamos de uma coisa que é muito transversal em todos nós que é a identidade artística".

Estreia do projecto

O projecto tem a direcção artística de Ciro Cruz, e justifica a escolha do cartaz da primeira edição, "decidimos pelo Carlos Lamartine e Banda Maravilha porque o primeiro é um monstro bastante consagrado cuja carreira artística é reconhecida. Também porque recentemente foi motivo de homenagens por parte de várias instituições e pelo contributo na divulgação deste género não queríamos ficar de fora. A Banda Maravilha porque tem sido uma das mais referenciadas e foi a escolha do próprio músico".

O evento tem periodicidade mensal, e o director artístico admite que pode alterar dependendo da dinâmica do produto.

Garantiu estarem fechados os próximos três cartazes embora tenha limitações em divulgar para causar surpresa. A intenção é diversificar e defendeu que não vai deixar ficar no anonimato todos os "monstros" para que sintam reconhecimento social permanente fruto dos seus feitos de forma que eles possam ter alguma sustentabilidade de vida em termos de dignidade.

"É bom que se entenda que chamamos de Mestres do Semba aqueles que estão aqui e os que já partiram do nosso convívio, que tenham contribuído na construção do semba".
Parcerias

Carlos Lamartine e Banda Maravilha têm partilhado o palco noutros projectos, como aconteceu no dia 28 de Abril quando estiveram na homenagem a Cirineu Bastos, realizado na Chá de Caxinde, pelo projecto Semba na Calçada, e dia 8 do mesmo mês, no Centro Recreativo e Cultural Kilamba por ocasião do "Show Lamartine 80 anos”.

Fonte: Jornal de Angola

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