Depois de uma denúncia por alegado furto da obra, publicada na edição de ontem do Jornal de Angola, várias diligências foram tomadas a fim de a localizarem. Dom Sebas Cassule, curador da exposição apresentada durante o festival, alega que a obra foi retirada do Shopping Fortaleza sem o conhecimento dos promotores do evento, acusando deste modo "precipitação e falta de comunicação” no momento em que a peça foi levada.
Segundo Farid Rehami, representante da empresa Alimenta Angola, que comprou a obra no dia do leilão, esclareceu que afinal a obra se encontrava na Embaixada do Brasil, presumindo ser uma falha relacionada aos protocolos de entrega da mesma.
De acordo com Rosário Matias, presidente da UNAP, existem critérios a serem respeitados no momento da entrega das obras adquiridas. O presidente da UNAP lamentou os efeitos negativos provocados pela falta de informação entre as partes.
A obra de Van e a parceria UNAP -Projecto Resiliart
Mestre Van apoiou todo o processo, desde o convite pela UNAP e pelo Projecto Resiliart Angola, de realizar uma "live painting” (pintura ao vivo), no evento comemorativo do Festival Internacional de Jazz, que decorreu nos dias 29 e 30 do pretérito mês. "Num ápice aceitei o desafio, sobretudo porque a obra seria leiloada e o valor monetário daí resultante seria para beneficiar uma causa filantrópica de apoio ao Hospital dos Cajueiros, em Luanda”, frisou.
A obra "Jazz em Leilão” tem a técnica acrílica sobre tela e foi resultado da parceria entre as duas instituições durante as comemorações de mais um Festival Internacional de Jazz, promovido no Shopping Fortaleza, em Luanda. O evento contou ainda com uma exposição colectiva de artistas angolanos e um leilão de pinturas produzidas "in situ" (live painting), ao som de um espectáculo de música Jazz, cujo objectivo teve o carácter filantrópico, que consiste na procura de valores monetários para transporte de equipamentos hospitalares para a referida unidade sanitária.
Das duas obras submetidas ao leilão, apenas uma delas, a do artista Van, foi arrebatada por quatro milhões de kwanzas pela empresa Alimenta Angola, visando a causa filantrópica. Outros exemplos como desta empresa deverão ser seguidos para se dirimir a carência de condições sanitárias no país e para a revalorização das artes.
Fonte: Jornal de Angola
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