Ex-directora denuncia assédio sexual


Florence Hardouin, ex-directora da Federação Francesa de Futebol (FFF), quebrou o silêncio sobre o polémico despedimento em Janeiro. Numa entrevista ao L’Équipe, semanas depois de ter apresentado um recurso onde exige uma indemnização de mais de 2,5 milhões de euros, recordou o choque que teve com a notícia.

"Estava a sair de um almoço profissional, a andar na rua quando me apercebi da minha própria destituição através dos meios de comunicação. O choque emocional foi muito forte. Não entendia o que me estava a acontecer, mas senti uma dor no peito e calor", relatou Hardouin, descobrindo mais tarde nas urgências que tinha mesmo sofrido um enfarte.

"Tive medo de morrer e imediatamente pensei nos meus filhos, na minha família, nos meus entes queridos", acrescentou a antiga directora, de 56 anos.

Contratada para o cargo da FFF em 2008, Hardouin também apresentou queixas por assédio moral e sexual contra Noel Le Graet, presidente entretanto afastado do organismo. "Sofri de comportamentos e comentários inapropriados. Não os revelei ao público geral nem à imprensa, mas disse a muita gente interna e externa (à organização)", revelou, acrescentando que o processo "foi tão difícil que, no fim, o coração se rendeu".

A antiga atleta, de 56 anos, reconheceu que deveria ter tido a coragem de denunciar Le Graet, de 81 anos, mais cedo, mas o receio de perder o seu posto falou mais alto. "Tinha medo. Se falas demasiado…", disse, tendo relatado nas queixas que não foi a única vítima destas agressões.

Hardouin defendeu-se também de algumas acusações que recebeu, nomeadamente de se ter "encontrado com Zinedine Zidane para lhe oferecer um contrato nas costas do treinador e Federação". "Eu não tenho esse poder!", justificou. A ex-dirigente reconhece que foi exigente e ambiciosa no seu cargo, mas que está a ser alvo de insultos falsos.

"Quando tive de tomar decisões difíceis, fi-lo. Isso torna-me numa pessoa odiável e detestável? Tenho defeitos como toda a gente, mas, francamente, não sou o monstro que têm descrito", concluiu.

Fonte: Jornal de Angola

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