Presidente do Ghana visitou o Burkina Faso

 
 
O Presidente do Ghana, Nana Akufo-Addo, visitou o Burkina Faso, sexta-feira, cinco meses após declarações sobre a presença de mercenários do grupo paramilitar russo Wagner neste país terem causado polémica, anunciou a presidência burquinabe. Akufo-Addo reuniu-se com Ibrahim Traoré, que lidera o Governo de transição e autor de um golpe de Estado a 30 de Setembro de 2022, para discutir “grandes questões na sub-região, enfrentando o desafio da se- gurança”, segundo a fonte oficial, citada pela AFP.

A visita do Presidente ghanês ocorreu cinco meses depois de uma querela diplomática entre os dois países, na sequência das declarações sobre um alegado acordo com o grupo Wagner no Burkina Faso, assolado por ataques de grupos extremistas islâmicos. Em meados de Dezembro, durante uma reunião nos Estados Unidos, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, o Presidente ghanês disse que o Burkina Faso tinha "chegado a um acordo para, tal como o Mali, empregar forças Wagner”.

"Acredito que lhes foi atribuída uma mina no Sul do país como forma de pagamento pelos serviços”, acrescentou, chegando a especificar que havia "mercenários russos na fronteira” entre o Burkina Faso e o Ghana. O Governo burquinabe reagiu qualificando as considerações como "muito graves”, retirando o embaixador em Accra e convocou o embaixador ghanês em Ouagadougou para apresentar o protesto.

Ibrahim Traoré e o Governo negaram repetidamente o recurso aos mer- cenários do grupo russo mas, depois de expulsarem os soldados franceses presentes em Ouagadougou, admitiram que o país se aproximou da Rússia, "um aliado estratégico” como outros. O Burkina Faso, palco de dois golpes militares em 2022, está envolvido desde 2015 numa espiral de violência de cariz extremista islâmico, que surgiu no Mali e no Níger, há alguns anos e se espalhou para além das suas fronteiras. Nos últimos oito anos, a violência deixou mais de 10.000 mortos - civis e soldados - de acordo com organizações não-governamentais, e cerca de dois milhões de deslocados internos.

Fonte: Jornal de Angola

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