O ex-secretário geral do Governo Provincial do Zaire, Jeremias Timóteo, foi detido, em Mbanza Kongo, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), sob suspeita de envolvimento em crime de peculato, de forma continuada.
No mesmo processo, foi, também, arrolado o chefe de Departamento do Património do Governo Provincial, Manuel Kiabanza da Silva, detido, preventivamente, enquanto decorrem as diligências.
Em declarações, sábado, à imprensa, o chefe de Departamento de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC no Zaire, José Bernardo, disse que as detenções ocorreram na quarta-feira e que recai sobre os detidos a suspeita de subtracção de 62 milhões e 875 mil kwanzas do erário, correndo o risco de responder, também, pelos crimes de associação criminosa e branqueamento de capitais.
Segundo José Bernardo, a subtração dos valores acima mencionados ocorreu entre 2016 e 2020, período em que o ex-secretário geral do Governo Provincial do Zaire exerceu o cargo de administrador municipal do Nzeto.
"O cidadão Jeremias Timóteo havia criado empresas "fantasmas”, denominadas Tinepape e Kisalasala limitada, onde alocava valores sob pretexto de fornecimento de bens e serviços às instituições públicas”, acrescentou.
O também porta-voz do SIC no Zaire disse que aos detidos foram aplicadas medidas mais gravosas, prisão preventiva, e conduzidos ao estabelecimento prisional do Nkiende, depois de terem sido presentes ao juiz de garantia.
Casas ocupadas de forma ilegal
O SIC, junto do Ministério Público, entregou, ontem, ao Governo Provincial do Zaire, como fiel depositário, sete residências que tinham sido apropriadas indevidamente por ex-funcionários do Gabinete de Infra-Estruturas.
Trata-se de casas de tipo T3, construídas entre 2012 e 2014, no bairro Bela Vista, para o realojamento de famílias que haviam sido retiradas de locais de requalificação urbana da cidade de Mbanza Kongo.
O director adjunto do SIC no Zaire, superintendente-chefe Serafim Coelho, disse que os imóveis fazem parte do projecto denominado "100 casas” e do condomínio Genine, localizados no bairro 11 de Novembro, zona da Bela Vista e Quilemos, periferia da cidade de Mbanza Kongo. Acrescentou que os arguidos, que continuam em liberdade, incorrem em crimes de burla por defraudação.
Na ocasião, o chefe do Departamento de Inspecção, Auditoria e Combate à Corrupção da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE), Miguel Lema Tuzunguidi, aconselhou os ex-gestores públicos que ainda detêm bens do Estado a procederem à sua devolução.
Tags
Sociedade