Clinton Matias, 27 anos, é o jovem líder mais influente de África, distinguido pela ORG BERG, uma organização de carácter político-social, com o objectivo de fazer o acompanhamento de projectos governamentais a nível mundial.
Natural de Luanda, em 2021 foi distinguido pela União Europeia (UE) como o jovem líder com influência política em África, num universo de 345 concorrentes do continente, fruto de trabalhos filantrópicos e não só, que tem vindo a realizar em prol dos países africanos.
Criou o projecto "Como Sobreviver em Tempo de Crise”, implementado para ajudar a mitigar os efeitos da seca nas famílias afectadas no Sul de Angola e em Oshikango (Namíbia), tendo gerado neste último país forte impacto social e político nas populações locais.
Em declarações ao Jornal de Angola, à margem da Cimeira da Juventude, o angolano fez questão de esclarecer que o evento vai tratar de vários assuntos, entre os quais, a cooperação diplomática e juvenil entre a China e os parceiros africanos.
Acrescentou que o objectivo da China é perspectivar o futuro, reunindo jovens líderes que, futuramente, podem assumir posições de tomada de decisão nos respectivos países, para continuar a consolidar o sistema de cooperação com a África.
"Na minha intervenção, vou abordar a relação bilateral que a China estabelece com o continente, no apoio que presta aos países africanos, sobretudo nos sectores da Inovação, Educação e Cultura, pois temos notado que a China tem ajudado muito os nossos países”, afirmou Clinton Matias, para quem o Presidente da República, João Lourenço, tem manifestado "vontade de continuar a ter a China como parceiro estratégico, pois é aquele país que muito tem ajudado o continente a crescer”.
Admitiu que a China é aquele "país irmão” de Angola e que, de uma forma geral, tem ajudado a desenvolver África "em todos os aspectos”. Citou, como exemplo, os benefícios do apoio chinês na vida das populações e na melhoria das infra-estruturas, com relevância para estradas, escolas, hospitais, centralidades habitacionais e caminhos-de-ferro.
Intercâmbio cultural
O intercâmbio cultural e a partilha de conhecimentos centraliza as atenções da sétima edição do Festival da Juventude China -África.
Durante oito dias, mais de 100 jovens africanos e chineses participam de actividades culturais, visitas a museus, passeios turísticos, bem como tomam parte de sessões de palestras e seminários, com painéis que incidem sobre o processo de modernização da China e a relação de cooperação com parceiros em África.
Ao discursar para a plateia de jovens, o representante do Governo chinês para o continente africano sublinhou que os jovens representam "a esperança das relações China-África, tendo destacado a importância do festival "na promoção de intercâmbios” entre jovens chineses e africanos.
"Os jovens chineses e africanos devem ter a plena confiança no futuro brilhante da China e da África, apesar da complexa e imprevisível situação internacional”, disse, para em seguida ressaltar que com a união de ambos os lados e a ajuda mútua toda a dificuldade será superável.
União Africana
Para o vice-chefe do gabinete da União Africana, Emile Rwagasana, a juventude africana e chinesa representam tanto o presente quanto o futuro.
Valorizou a necessidade de a China e a África aprofundarem a cooperação prática, promoverem o desenvolvimento verde, defenderem a equidade, justiça e a cooperação de alta qualidade.
"Os nossos Governos devem trabalhar de mãos dadas para educar os jovens sobre como defender valores, trabalhar duro e construir um mundo pacífico e desenvolvido, capaz de alimentar e proteger os seus cidadãos”, acrescentou o senegalês, sublinhando que as relações entre a China e a África são "fraternas e históricas”, iniciadas há muito tempo e caracterizadas pelo respeito mútuo.
O programa do Festival da Juventude China - África inscreve, também, visitas à província de Shandong, incursão às zonas turísticas do Lago Daming, Monte Taishan, Shandong Sports Training Center e um tour pelas áreas de demonstração de revitalização rural local, de compreensão do processo percorrido pelo gigante asiático para a modernização.
O festival deste ano é organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em parceria com a Fundação Soong Ching Ling e o Governo Popular Provincial de Shandong.