Atribuição de bolsas de estudo a alunos vulneráveis ajuda a combater o absentismo

Atribuição de bolsas de estudo a alunos vulneráveis ajuda a combater o absentismo

Os vice-governadores para o Sector Político e Social das províncias de Luanda, Manuel Sebastião e do Bengo, José Bartolomeu Pedro, valorizaram, no município do Icolo e Bengo, a iniciativa do Governo angolano, em atribuir bolsas de estudo a mais de 23 mil alunos do ensino primário, primeiro e segundo ciclo do ensino secundário

Os responsáveis manifestaram o seu apreço quando intervinham, quinta-feira, no acto inaugural de atribuição de meios de pagamento das bolsas de estudo, aos alunos e encarregados de educação, presidido pela ministra da Educação, Luísa Grilo, assegurando que o incentivo vai ajudar a reduzir o absentismo e elevar a qualidade de ensino e aprendizagem.

Nesta primeira fase do programa, financiado pelo Banco Mundial (BM), foram seleccionadas escolas dos municípios de Viana e Icolo e Bengo (Luanda) e Ambriz e Dande (Bengo) e abrangidos alunos do primeiro ciclo do ensino secundário, assim como os que frequentam o primeiro e o segundo anos da educação de jovens e adultos.

De acordo com o vice-governador da província do Bengo, José Bartolomeu Pedro, a parceria com o Banco Mundial é um privilégio, na medida em que visa o desenvolvimento do sector da Educação em Angola.

Disse que o facto de o Programa de Aprendizagem para Todos (PAT II), do Ministério da Educação abranger 68 municípios de Angola, começando com alguns municípios de Luanda e Bengo, com realce para as raparigas, revela-se num plano acertado para a redução da pobreza, além de impulsionar o crescimento económico e o bem-estar das famílias.

Para si, esta iniciativa vai seguramente contribuir para elevação da qualidade do processo de ensino e aprendizagem, assim como para o sucesso académico, uma vez que poderá ajudar os pais e encarregados de educação a mitigar algumas dificuldades relativas a aquisição de materiais didácticos essenciais.

Revelou que para o Bengo foram inscritos nesta primeira fase, cerca de 13.218 alunos, dos municípios do Ambriz e do Dande, num universo de 33 escolas do primeiro e segundo ciclos da educação de jovens e adultos, respectivamente.

"Esta iniciativa do Banco Mundial é a todos os níveis louvável e digno de reconhecimento e decerto que o mesmo contribuirá para o combate contra o abandono escolar e garantirá a permanência dos jovens e particularmente das raparigas no sistema de ensino, alcançando deste modo o grande objectivo do projecto”, disse.

O Governo do Bengo apela às demais instituições a juntarem-se a causa do BM para que seja abrangente a todos carenciados.

Os beneficiados da bolsa de estudo começaram a receber 25 mil kwanzas que serão pagos trimestralmente.

Ao intervir no acto, a representante do Banco Mundial (BM), Ema Monsalves, anunciou a disponibilidade de USD 110 milhões para beneficiar cerca de 900 mil jovens angolanos do primeiro ciclo do ensino secundário, até 2025.

 

Apelo aos encarregados

O vice-governador da província de Luanda, Manuel Sebastião, fez saber que os pais e encarregados de educação devem ser o elemento central de todo sucesso desse programa, que deverão aproveitar de forma responsável os valores disponibilizados, para beneficiar a formação dos seus filhos.

Apelou aos pais a continuarem a incentivar as meninas a estudar por serem a franja que maior absentismo regista nas escolas, eventualmente por tornarem-se precocemente mães.

 

Extensão do programa

Até Dezembro de 2025, 45 mil bolsas para meninas e igual número para rapazes serão pagas, em 68 municípios considerados mais vulneráveis em todo país, que será implementado em quatro etapas.

Para 2023/24, vai dar-se início a expansão do programa e espera-se atender mais de 322 mil alunos em 24 municípios, de 11 províncias adicionais.

A segunda e terceira fases serão implementadas no ano lectivo 2024/25, em duas etapas e beneficiarão, aproximadamente, 550 mil alunos, em mais 44 municípios.

 

Beneficiários louvam política do Executivo

Luzia Francisco, vendedora ambulante agradece ao Governo angolano pela atribuição da bolsa à sua filha, pois vai diminuir as suas despesas na aquisição de material didáctico.

"Sou viúva e houve vezes que tive dificuldades em ter dinheiro para o táxi da minha menina, há vezes que era obrigada a contrair dívidas para o efeito”, disse a senhora para quem os 25 mil kwanzas/trimestrais poderão suprir essas dificuldades.

Para Jorgina Agostinho, outra encarregada de educação, com a bolsa de estudo, a sua filha poderá ter sempre um lanche, material completo e continuar mais motivada durante a formação.

A munícipe prometeu fiscalizar o empenho e dedicação da menor para assegurar bons resultados em todos finais de anos lectivos.

 

  Alunos faltosos podem perder regalias

A ministra da Educação, Luísa Grilo, afirmou, na vila de Catete, que os alunos podem perder o benefício das bolsas de estudo em caso de excesso de faltas.

Em entrevista à Angop à margem da entrega dos meios de pagamento das bolsas de estudo a mais de 20 mil alunos, a governante fez saber que haverá controlo efectivo da implementação do programa, que, espera-se eleve os níveis de aprendizagem, sobretudo das raparigas.

"Se os alunos não tiverem aproveitamento escolar, por falta de assiduidade, poderão perder o direito à bolsa de estudo, mas se for por falta de aproveitamento poderão continuar”, afirmou.

Segundo a ministra, que deu esta informação na quinta-feira, deve ser aperfeiçoado o processo de fiscalização, tendo apelado a sociedade a ser partícipe na implementação efectiva do programa, aferindo se os alunos estarão de facto a melhorar o seu empenho ou não.

Disse que a principal preocupação do Ministério era o abandono escolar, sobretudo pelas raparigas, com o primeiro ciclo a registar um desperdício muito grande, já que mais de metade de alunos que concluem o ensino primário não fazem o primeiro ciclo do ensino secundário, pelo facto de não terem acesso à escola.

De acordo com a responsável, este problema teve como factor a insuficiência de salas de aula, obrigando, ao longo dos cinco anos passados, o Governo angolano a construir mais escolas do ensino secundário.

Conforme a governante, as raparigas abandonam a escola por engravidarem ou por falta de dinheiro para fazer a matrícula e comprar materiais.

Do estudo feito, disse, a taxa de vulnerabilidade nos municípios seleccionados (Icolo e Bengo, Viana, Ambriz e Dande) tem a ver com o alto nível de pobreza.

Por este facto, o Executivo e o Banco Mundial assumiram a responsabilidade de apoiar essas famílias vulneráveis com incentivos financeiros.

Aos pais e encarregados de educação, a ministra solicitou integral acompanhamento na realização das despesas que deverão contribuir para elevar os níveis de pontualidade e assiduidade, permanência e sucesso nas aprendizagens dos alunos beneficiados.

"Estamos convictos de q ue desafios maiores ainda estão por vir, pelo que torna-se necessária, após a entrega dos meios de pagamento, a monitorização da frequência escolar dos alunos, para combater a evasão escolar e garantir a conclusão do seu ciclo de formação”, disse.

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