Metade dos brasileiros acredita que Bolsonaro é inelegível por atacar urnas eletrónicas
As acusações de Bolsonaro contra o sistema eleitoral têm sido uma constante intensificada com a soltura do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pouco mais de metade dos brasileiros acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser afastado dos próximos processos eleitorais devido aos seus ataques às urnas eletrónicas e ao sistema de votação, segundo uma sondagem divulgada esta terça-feira pelo Instituto Datafolha.
Segundo a sondagem, os que são contra tornar Bolsonaro inelegível somam 45%, sendo esta opinião dominante principalmente entre os setores mais ricos da população brasileira que apoiam o ex-presidente. Outros 4% optaram por não responder.
A sondagem foi realizada com 2.028 pessoas maiores de 16 anos e de 126 municípios diferentes do Brasil, entre os dias 29 e 30 de março.
As acusações infundadas proferidas por Bolsonaro contra o sistema eleitoral têm sido uma constante nos últimos anos, embora as críticas tenham se intensificado com a soltura do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recuperou seus direitos políticos, após a Justiça anular processos judiciais contra ele.
A expectativa é que, após a Páscoa, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se reúna para decidir sobre a possível inelegibilidade de Bolsonaro, acusado pelo Ministério Público Eleitoral de crimes eleitorais, abuso de poder e uso indevido do poder eleitoral durante a campanha presidencial de 2022 que perdeu para Lula da Silva.
Em destaque está uma reunião que Bolsonaro organizou em meados de julho de 2022 com uma série de embaixadores estrangeiros a quem tentou apontar as falhas do sistema eleitoral brasileiro.
Os diplomatas presentes relataram posteriormente que nenhuma evidência foi apresentada naquela reunião para apoiar essas teorias.
O processo inclui ainda a divulgação de informações sigilosas que Bolsonaro teria feito numa das suas transmissões ao vivo semanais nas redes sociais em que falou sobre uma investigação do TSE sobre ataques informáticos às suas estruturas, o que acabou por não gerar qualquer prejuízo ou problema, mas que foi usado para sustentar as teorias sobre a fragilidade do sistema de votação.