Sandra Saquita: Na contramão do audiovisual
Sandra Saquita é jornalista de formação e foi desenvolvendo aptidões como produtora e realizadora de cinema e televisão.
Hoje, é membro da APROCIMA - Associação de Profissionais de Cinema e Audiovisual. Preocupada com a superação profissional, iniciou a busca pelo conhecimento em jornalismo em 2010, numa formação realizada na Igreja Bom Pastor, do Kikolo, em 2010. Depois, beneficiou de outra formação, dada pelo Clube Desportivo 1º de Agosto, em 2013, em que teve como professores Miguel Manuel e Walter Cristóvão.
Em Setembro de 2018 frequentou um curso intensivo de Segurança Pública e Media para jornalistas, promovido pelo Comando da Polícia Nacional. No final do ano passado, teve como professora a brasileira Carla Osório, numa especialização em produção cinematográfica e distribuição de filmes. Apostou também na formação em produção de eventos direccionada para empreendedores culturais como artistas, agentes, produtores, jornalistas e guias de turismo.
Trajectória
Sandra Saquita foi vencedora do Prémio de Melhor Documentário do FESC-Kianda em 2023 com "A trajectória de Paulo Bunze”. Pela realização deste mesmo filme, obteve reconhecimento pela Federação Angolana de Andebol durante o torneio Memorial Paulo Bunze, em 2020. Ainda com o mesmo documentário, participou na primeira edição do Concurso de Cinema Unitel Angola Move, em 2021, e na segunda edição do Festival Viana CineFest. Participou igualmente na Mostra Nacional de Jovens Criadores, organizada pelo Instituto Angolano da Juventude, em Novembro de 2022. E esteve na segunda edição do Festival Unitel Angola Move com o documentário "Atrás das Redes”, tendo de seguida apresentado na Casa Museu Óscar Ribas o seu documentário "Óscar Ribas Ainda Vive em sua Casa”, a 15 de Maio do ano passado.
Profissionalmente, Sandra Saquita foi assistente de produção e repórter do programa "Magazine D’Agosto na TV” e redactora da revista"D’Agosto” e do site "Clube Desportivo 1º de Agosto”. No ano passado, foi directora de produção do filme de curta metragem "Impaciente” e do primeiro episódio da mini-série "A Placa”, ambos projectos da produtora Mbanje Studio. Actuou como assistente de produção da curta-metragem "8h00”, e, actualmente, está à frente do projecto de audiovisual "Cine Palácio de Ferro”, de que é a mentora, realizadora e produtora.
Cine Palácio de Ferro
O projecto "Cine Palácio de Ferro” arrancou oficialmente no dia 15 de Dezembro de 2022, com a apresentação do filme "Mona Nkweto”, da Produtora Mbanje Studio. Saquita explica como tudo começou. "O projecto nasceu com a visão de sermos, também, uma porta no processo de distribuição das obras feitas pelos nossos cineastas, permitindo a valorização e divulgação dos mesmos. Nós acreditamos que o mundo audiovisual é uma arma fundamental na educação da nossa sociedade. Sabemos da dificuldade existente no nosso país, quando se refere a espaço para divulgação das obras... Olhando para este capítulo, o Palácio de Ferro decidiu abrir as portas para o cinema, como forma de contribuir para o crescimento desta área”.
A realizadora acrescenta que para além de exibir filmes, também está a trabalhar no processo de formação e na criação de eventos semestrais para premiar, homenagear e financiar projectos, caso surjam os apoios devidos.Os filmes têm sido exibidos quinzenalmente, tendo sido já divulgados os seguintes: "Mona Nkweto”, "Chaduka”, "Se as Mulheres Fossem Unidas” e o documentário "Afro Lisboa” de Ariel de Bigault, que também proferiu a palestra "Olhar o real: A fábrica do documentário: A ideia do filme”.