Estado Islâmico cerca a cidade de Menaka

A cidade de Menaka, no extremo leste do Mali, está cercada pelo grupo terrorista Estado Islâmico e milhares de pessoas estão sem comida, água ou cuidados de saúde, relataram ontem as autoridades locais citadas pela AFP.


As populações de localidades vizinhas, tomadas nas últimas semanas pelos extremistas do Estado Islâmico (EI), refugiaram-se em Menaka, onde se vive agora uma situação alarmante.

Um funcionário local, que pediu anonimato por razões de segurança, explicou que a cidade, com 24 mil habitantes, foi acolhendo refugiados, totalizando 60 mil, e a situação é "muito alarmante a todos os níveis, não há segurança, não há água, não há alimentos, não há serviços de saúde”.

"O EI mata clérigos muçulmanos diariamente, viola mulheres e queima livros religiosos” nas cidades que ocupa, disse a mesma fonte, contactada por telefone. Este responsável, e também um chefe tribal de Menaka, referiram que o Níger mantém fechada a sua fronteira com o Mali naquela zona e só resta, por isso, uma rota de abastecimento alimentar, a estrada que liga Menaka a Gao, capital da região homónima, onde ainda circulam camiões de mercadorias da Argélia.

Mas, de acordo com o funcionário local, "os habitantes não podem deixar a cidade” e quase toda a província de Menaka está sob o controle do EI. O Mali, com a presença de movimentos fundamentalistas islâmicos ligados ao grupo extremista Estado Islâmico e à Al-Qaeda, sofre de grande insegurança, principalmente no centro e norte do país, com numerosos ataques contra militares e civis. O país é governado por uma junta militar após dois golpes liderados pelo coronel Assimi Goita, que se recusou a convocar eleições em fevereiro passado, como havia prometido, e mostrou disponibilidade para as realizar somente em Fevereiro de 2024.

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