Operadora Africell integra serviços de pagamento com o “Afrimoney”


 
 

A operadora de telefonia móvel “Africell” lançou, ontem, em Luanda, o serviço “Afrimoney”, uma carteira de pagamentos digitais que permite aos usuários comprar e pagar bens e serviços disponíveis na plataforma.


De acordo com a directora do projecto, Kátia da Conceição, o número elevado de contas activas e valores de transacções realizadas, diariamente, através do serviço do "mobile Money” serviu de indicador para a Africell proceder ao lançamento da "Afrimoney”.

Lembrou que, durante o processo de viabilização do projecto de instalação do "mobile money” em Angola, a organização olhou para as contas activas a nível mundial, cujo registo é  de 400 milhões de contas activas diariamente. Há, de igual modo, entre as razões, a eficácia comprovada do serviço no continente africano, onde apresenta um registo de 2,3 biliões de dólares em transacções diárias, que garantem milhares de oportunidades para os agentes distribuídos a nível do mundo. Foi ainda apresentada, de igual modo, um registo de depósitos diários realizados a nível mundial, que corresponde a 794 milhões de dólares.

Foi nessa base, segundo Kátia da Conceição, que, após um processo de avaliação do mercado angolano, se olhou  para o sector bancário que tem mais de 6,4 milhões de cartões activos, correspondentes a 48 por cento da população bancarizada. Já para o sector informal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), 80 por cento da população trabalha no sector informal, o que para a Africell foi, de igual modo, um motivo relevante para a implementação do serviço em Angola.

"Acreditamos que o mercado precisa de uma instituição que impulsione a digitalização, porque existe ainda um nível elevado de circulação de valor numerário. Apesar de haver um sistema bancário eficiente, ainda assim, sentimos que há um espaço que a Africell pode contribuir para garantir o acesso e disponibilidade de serviços financeiros a quem não tem neste momento”, disse.

Apresentação da plataforma

Numa primeira fase, a carteira digital vai permitir aos clientes da Africell, a realização de depósitos de dinheiro, transferência, levantamento, compra de recargas telefónicas e pagamentos de serviços disponível na plataforma.

"O processo de depósito de dinheiro é para nós o primeiro passo para a digitalização e é onde o Afrimoney tenciona investir muito tempo e muito esforço, para garantir que todos tenhamos acesso a essa educação financeira”, afirmou.

A africell tem, neste momento, preparado os serviços de pagamento da EPAL e, segundo a directora do projecto, está em curso a integração da ENDE, mas a plataforma é vasta.

"Queremos ter muito mais e estamos em discussão com outros parceiros para podermos agregar a esta plataforma mais possibilidade de pagamentos e outros serviços”, disse Kátia da Conceição.

A Afrimoney pretende consolidar-se também com uma plataforma de pagamentos. A instituição pretende interagir com "startups” e em parceria com outras instituições do Governo servir para pagamentos de taxas, impostos, pensões e outras operações financeiras, bem como integrar com empresas de entregas e banca para prestar outros serviços financeiros, assim como realizar transferências internacionais.

A directora disse no acto de lançamento que, neste momento, contam com duas promoções: transferências grátis entre clientes "Afrimoney” e também uma bonificação a 100 por cento na compra de uma recarga pelo novo serviço. Ou seja, os clientes da operadora ao comprarem recargas telefónicas pelo serviço "Afrimoney” recebem em adicional valor igual em bónus.

Com sete milhões de clientes na sua carteira, a Africell junta-se assim a outra operadora Unitel, que também já opera serviço similar. Quem ainda não o faz é a Movicel, outra operadora de serviços de telemóvel no activo.

Dados de 2020, revelam   maior aceleração dos serviços de "Banca no Telemóvel”.

Segundo o "Digital Frontiers Institute”, os valores transaccionados na África Ocidental andaram à volta dos 178 mil milhões de dólares em comparação com os 273 mil milhões da África Oriental. Para outra discussão, estes números revelam-nos o peso da economia informal no PIB dos países africanos, o que na maioria dos casos não é captado nos indicadores formais dos países.

A adesão ao "mobile Money” crescer em média 20 por cento ao ano, sendo que, em 2018, cerca de 866 milhões de contas estavam registadas em mais de 90 países.

O sucesso do Mobile Money em África deve-se ao facto de não ser necessário o acesso à Internet e à facilidade com que as transacções se efectuam. As mesmas podem ser realizadas a partir do próprio telemóvel do utilizador (smartphone ou telemóvel com as configurações básicas) e não exigem uma conta bancária formal. De acordo com o Relatório de 2020 da Global System for Mobile Communication Association, só no continente africano foram transacionados 490 biliões de dólares e a África subsaariana tem 159 milhões de contas activas.

Em Angola, o Mobile Money é uma realidade que conta com a aposta de iniciativas similares, casos do E-Kwanza do BAI, o E-Kumbu do Banco Sol, o Unitel Money da Unitel, AKi Paga da Kwattel e agora o Afrimoney da Africell.

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