O país prepara-se para apresentar, em breve, e pela primeira vez, os indicadores relacionados com os tipos de edifícios, números de habitações, tipo de material usado e até mesmo o período de construção das residências.
Ezequiel Luís abordou estes dados, ontem, durante um evento que visou assinalar o aniversário da Associação de Estatísticos de Angola.
Ezequiel disse que por via do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), Angola está a preparar o recenseamento de 2024, onde a instituição por si só não consegue preparar esta árdua tarefa, que a faz com a ajuda de parceiros internacionais, sociedade civil e os diferentes departamentos ministeriais do Governo.
O responsável referiu que a preparação do INE teve início em 2020, com base no documento metodológico das Nações Unidas, que orienta como preparar os recenseamentos.
"Com isto, existem alguns indicadores que o recenseamento irá produzir, como é caso do total da população residente no país, população do meio urbano e rural em percentagem, e a percentagem da população estrangeira residente no país.
Outros indicadores de características demográficas como o índice de masculinidade, índice de dependência total, a taxa de natalidade, a de mortalidade infantil nas crianças dos 0 a 1 ano, e a taxa de alfabetização e outros, vão ser também disponibilizados no próximo Censo Geral da População e da Habitação.
Agenda ODS1
Na abertura do acto, a chefe do Departamento de Estatísticas do INE, Teresa Spnola, lembrou que até 2030, a agenda dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS1) prevê acabar com a pobreza em todas as formas e dimensões em todos os lugares, sendo que Angola não é excepção.
Segundo a chefe de departamento de Estatísticas do INE, constam ainda de entre as prioridades nacionais, e definidas no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2017-2022, a estratégia de Desenvolvimento de longo prazo e a visão de "Angola 2025” e ainda a agenda de 2063 da União Africana.
Para a responsável, o programa de implementação das políticas públicas, a alocação do Orçamento Geral do Estado (OGE), sobretudo para além da capital bem como os programas estruturantes, incluindo o Plano Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Fome e Pobreza (PIDLCP) 2018-2022 têm também como principal objectivo a redução da taxa de incidência da pobreza a médio prazo.
O aniversário da Associação dos Estatísticos de Angola, que decorreu sob o lema "O uso da estatística na investigação para a tomada de decisão”.
Formação-piloto
O Instituto Nacional de Estatística (INE), em parceria com o Ministério da Saúde (MINSA) realiza, de 14 de Abril a 10 de Maio de 2023, em Luanda, a formação piloto dos agentes de campo e técnicos de saúde a integrarem no Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS – 2023).
A formação de preparação para o Inquérito, sediada na capital do país, por 27 dias, conta com 3 províncias nomeadamente: Luanda, Cuanza-Sul e Cuanza-Norte.
De acordo com uma nota enviada ao Jornal de Angola, o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde vai ser realizado em todo o território nacional, cujas unidades de recolha da informação são os Agregados Familiares das quais se prevê entrevistar 16.380 AFs, ao longo de 5 meses.
Alinhado com parceiros internacionais o IIMS vai recolher informações sociodemográficas sobre Saúde, desde Malária, VIH Sida, Nutrição, e tantos outros com destaque para medição da Pressão Arterial as famílias e Hepatite B.
O INE conta com parcerias internacionais tais como: Banco Mundial (BM); Agencia dos Estados Unidos da América para o Desenvolvimento Internacional (USAID); Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Empresa Internacional de Consultoria ICF. Lembrar que o último Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde recolheu as informações em 2015/2016.