Mais de 700 mil pessoas fugiram do Sudão


Os violentos confrontos no Sudão, que começaram a 15 de Abril, obrigaram mais de 700 mil pessoas a fugir do país, o dobro do número registado há uma semana, anunciou ontem a ONU.“Este número é mais do dobro do número de pessoas deslocadas internamente” contabilizado na passada terça-feira, disse Paul Dillon, porta-voz da Organização Internacional das Migrações (OIM), citada pela Efe.

Por seu lado, o Sindicato dos Médicos Sudaneses disse, também ontem, que pelo menos 481 civis foram mortos desde o início dos combates, registando-se mais de 2.560 feridos. Aqueles que conseguiram sair ainda precisam de cuidados. Na fronteira do Sudão com o Tchad, centenas de refugiados também estão na fila. "O ACNUR está a identificar locais distantes daqui, a pelo menos 50 quilómetros, para realocar pessoas da fronteira para que pelo menos o risco de insegurança seja resolvido, mas também prestar-lhes assistência”, disse um elemento da organização que se encontra no Tchad. A ONU diz que precisa de 445 milhões de dólares para financiar o apoio vital e isso é apenas para permitir que os deslocados pelos combates sobrevivam nos próximos meses.

Uma carga de socorro destinada ao Sudão foi carregada num avião no Dubai. É um começo, mas a ONU diz que a situação humanitária dentro e ao redor do Sudão é trágica. Teme-se que não haja progresso nas negociações de paz enquanto ambos os lados se consideram "capazes de vencer a batalha”.

Pelo menos 16 pessoas morreram em confrontos entre grupos étnicos hauçás e nubas, informou a agência de notícias sudanesa Suna nesta terça-feira, levando o governador a declarar toque de recolher no estado do Nilo Branco, que faz fronteira com o Sudão do Sul. O estado, que se estende de Cartum até à fronteira Sul, até agora foi poupado da recente guerra entre os dois generais rivais, que estão no comando desde o golpe de 2021. Esta violência étnica não está relacionada com a luta pelo poder no Sudão.

Conflitos entre comunidades eclodem regularmente no Sudão sobre o acesso à água e à terra, vitais para agricultores e pastores - muitas vezes de grupos étnicos rivais - enquanto um grande número de armas está em circulação após décadas de guerra civil.

Fonte: jornal de Angola

Enviar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem