Filmes portugueses competem no Festival de Cinema de Locarno


As longas-metragens “Baan”, de Leonor Teles, e “Manga d’Terra”, de Basil da Cunha, estão seleccionadas para a competição internacional do Festival de Locarno, e a curta-metragem “Nocturno para uma floresta”, de Catarina Vasconcelos, para a secção Pardi di Domani.

Nesta secção, dedicada a novos valores do cinema, também se encontra a curta-metragem de animação "De Imperio”, de Alessandro Novelli, e "Slimane”, de Carlos Pereira, com produção alemã.

O anúncio da programação do festival foi feito em conferência de imprensa transmitida "online”.

"Baan/Home”, a primeira longa-metragem de ficção de Leonor Teles, centra-se nos "desafios da vida adulta” de duas jovens mulheres, propondo uma reflexão sobre o conceito de ‘casa’, segundo a apresentação divulgada pela produtora, Uma Pedra no Sapato. Leonor Teles venceu o Urso de Ouro de melhor curta-metragem do Festival de Berlim em 2016, com o filme de estreia, "Balada de um Batráquio”. Dirigiu depois o documentário "Terra Franca” e "Cães que Ladram aos Pássaros”, que esteve no Festival de Veneza de 2019.

"Manga d'Terra”, terceira longa-metragem do luso-suíço Basil da Cunha, centra-se em Rosa, uma imigrante de 20 anos que deixa os filhos em Cabo Verde para procurar trabalho em Lisboa. Ameaçada por ‘gangsters’ e pela violência policial, Rosa procura solidariedade de outras mulheres, mas o escape encontra-o na música, indica a sinopse da obra, que tem co-produção suíça e portuguesa.

Filho de pai português e de mãe suíça, Basil da Cunha mantém residência na Amadora, paredes meias com um bairro clandestino, onde centra muitos dos seus filmes, como "O Fim do Mundo”, de 2020, que também levou a Locarno.

A propósito deste filme, disse à Lusa que queria trabalhar mais nos bairros degradados, por entender que "o cinema serve para inscrever comunidades que infelizmente estão na sombra na história de um país”.

O realizador, que lecciona em Genebra, estreou-se com a ‘curta’ à "A Côté”, em 2010. Foi por diversas vezes seleccionado para os festivais de Locarno e de Cannes, onde foi distinguido. Em Junho, o Batalha - Centro de Cinema, no Porto, dedicou-lhe uma retrospectiva.

"Nocturno para uma floresta”, de Catarina Vasconcelos, presente na competição Corti d’autore - Pardi di Domani, surge depois da longa-metragem da realizadora "Metamorfose dos Pássaros”, um dos mais premiados filmes portugueses desde a sua estreia no Festival de Berlim, em 2020.

O novo filme, segundo a apresentação, fala de uma floresta de acesso proibido a mulheres pela igreja do século XV. A ‘curta’ de animação "De Imperio”, de Alessandro Novelli, co-produção da BAP, de David Doutel, Vasco Sá e Alexandra Ramires, e da espanhola Studio Kimchi, está na competição internacional Pardi de Domani, e é o último da trilogia "Deconstruction”.

Nesta competição encontra-se igualmente "Slimani”, de Carlos Pereira, sobre a discriminação da comunidade queer. O filme tem produção do instituto Deutsch Film e da Academia de Cinema e Televisão de Berlim. A 76ª edição de Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, vai decorrer de 2 a 12 de Agosto.

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