NATO promete modernizar Forças armadas da Ucrânia


O secretário-geral da NATO anunciou ontem que os Estados-membros comprometer-se-ão durante a cimeira da próxima semana com apoio multianual para modernizar as Forças Armadas ucranianas e insistiu que a adesão não vai ser discutida.

Em conferência de imprensa de antecipação da cimeira de Vílnius, no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, Jens Stoltenberg referiu que durante a cimeira os 31 Estados-membros acordarão novos objetivos para aumentar a despesa em Defesa e em "assistência multianual para assegurar a interoperabilidade" entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e as Forças Armadas da Ucrânia.

Contudo, insistiu na tese que tem vindo a defender há meses, segundo a qual a adesão da Ucrânia à NATO vai acontecer, mas não para já, nem a curto prazo, pelo que o assunto não vai ser alvo de discussão na cimeira: "Por agora, o importante é garantir que a Ucrânia prevalece."

"Durante mais de 500 dias, Moscovo levou morte e destruição ao coração da Europa, procurando acabar com a Ucrânia e dividir a NATO e nós vamos assegurar-nos de que a Ucrânia é mais forte, e estabelecer uma visão para o seu futuro", completou o secretário-geral da aliança político-militar.

Stoltenberg acrescentou que este ano 11 dos 31 Estados-membros já ultrapassaram os 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa e que a expectativa é de que em 2024 a cifra aumente.

O investimento dos Estados-membros vai ser alvo de discussão, uma vez que os países que integram a organização têm de endossar o compromisso de ultrapassar os 2 por cento do PIB de investimento na área da Defesa. Até agora, esta era a meta, e daqui em diante a NATO quer que seja o mínimo.

Stoltenberg disse que os países da Europa e o Canadá estão a progredir nesta ambição e lembrou que estão também convidados para participar na cimeira de chefes de Estado e de Governo a Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Japão, Ucrânia e a Suécia, país candidato à adesão.

Zelensky critica aliados

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou ontem a falta de unidade na NATO sobre as adesões da Suécia e da Ucrânia, alegando que as divergências são uma ameaça para a segurança mundial.

"Penso que não há unidade suficiente nesta área. E isso é uma ameaça à força da Aliança, porque é muito importante para a segurança de todo o mundo", disse Zelensky, durante uma visita à Eslováquia, acrescentando que espera que a Aliança recupere o seu espírito de união.

Para o líder ucraniano, essas divergências favorecem a Rússia que conta com a "fraqueza e desunião na Aliança".

Zelensky referia-se ao facto de os parlamentos da Hungria e da Turquia ainda não terem ratificado a entrada da Suécia na Aliança, bem como às divergências sobre o formato do processo de adesão da Ucrânia.

Erdogan guarda decisão para a cimeira

Ontem, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que o seu país tomará "a melhor decisão" em relação à adesão da Suécia à Aliança Atlântica, numa declaração dias antes da cimeira da NATO em Vílnius.

"Vamos discutir isso com os nossos aliados durante a cimeira que terá lugar na terça-feira em Vílnius e vamos tomar a melhor decisão, seja ela qual for", prometeu o chefe de Estado turco, quando se preparava para receber o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Istambul.

O Presidente turco, que tem objetado à entrada da Suécia na NATO desde Maio de 2022, criticando a posição de Estocolmo perante milícias curdas, disse ontem que é favorável a uma "política de portas abertas", mas voltou a criticar a proximidade da Suécia a organizações que considera serem terroristas.

Na sua visita à Eslováquia, Zelensky também pediu novos programas de ajuda militar para a Ucrânia, na véspera de uma cimeira da NATO em Vílnius, marcada para 11 e 12 de Julho.

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