Presidente senegalês quer África no G20


A entrega à União Africana (UA) de um lugar no G20 permitiria reparar uma “injustiça”, considerou na sexta-feira, em Aix-en-Provence, França. o Presidente senegalês, Macky Sall, que apelou também ao aumento da solidariedade dos países desenvolvidos para com as nações mais pobres.

"A África no seu conjunto está no oitavo lugar em termos de Produto Interno Bruto (PIB)”, disse Sall, que discursava, por videoconferência, no quadro dos Encontros Económicos de Aix, no Sul de França."Hoje, admitir o continente enquanto União Africana” no seio do G20, que junta as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia permitiria reparar uma "injustiça”, prosseguiu o Chefe de Estado do Senegal e antigo presidente da UA.

"Há avanços na medida em que o conjunto dos membros do G20 deram o seu aval para que África obtenha este lugar permanente”, possibilidade que Sall espera ver concretizada na próxima Cimeira do G20, que será realizada na Índia, no final deste ano.

Até ao momento, apenas um Estado africano, a África do Sul, tem assento enquanto membro permanente no G20, o que representa mais de 80% do PIB mundial.

Fez-se presente no encontro, a antiga directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e actual presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que defendeu o aumento do peso de África a nível do G20.

Os países africanos têm dois lugares no Conselho de Administração do FMI, três no Banco Mundial”, recordou. "O terceiro lugar representando os países africanos no FMI deveria ser concebido num futuro próximo", considerou, enquanto recordava que a decisão pertence aos 190 "Estados-membros” do FMI. O Conselho de Administração do FMI tem 24 directores.

Por seu lado, Macky Sall apelou ainda ao aumento da reafectação dos direitos de saque especiais [DSE - uma espécie de moeda de reserva] dos Estados ricos a favor dos pobres.

No final de Junho, em Paris, os Estados desenvolvidos atingiram o seu objectivo de redigir 100 mil milhões de dólares dos seus DSE para os Estados pobres, para financiar em particular o desenvolvimento e a transição climática. "As necessidades são tão grandes para o conjunto dos países em desenvolvimento, que os 100 mil milhões de DSE não chegam, apesar de ser um balão de oxigénio importante”, acrescentou Sall.

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