Chuvas em Luanda causam cinco mortes e deixam famílias ao relento

 

Cinco mortos, duas mil casas inundadas e mais de 1.500 famílias ao relento são os dados provisórios apresentados, ontem, pela Comissão Provincial de Protecção Civil e Bombeiros, como consequência da chuva torrencial que se abateu sobre a cidade de Luanda, apurou o Jornal de Angola.


Da ronda efectuada, a reportagem constatou ruas alagadas, árvores caídas, restrições no fornecimento de energia eléctrica, como alguns dos cenários de constrangimentos causados pelas chuvas da madrugada de ontem, um pouco por toda a cidade.

A comissão indica que o centro de coordenação operacional da Comissão Provincial de Protecção Civil e Bombeiros registou cinco mortes, sendo duas por afogamento de dois menores de 5 e 8 anos de idade, no município de Belas, e a morte de uma criança em Viana, no bairro da Regedoria, em consequência do desabamento de uma habitação.

Foi possível, durante a reportagem,  notar as dificuldades na circulação dos transeuntes e automobilistas nos municípios do Rangel e Cazenga, zona do Zango, Benfica e Golf II.

No município de Luanda, na via da Samba e Morro da Luz, foi possível constatar  deslizamento de terras, queda de árvores no Distrito Urbano da Ingombota e resíduos sólidos arrastados pelas enxurradas, em quase toda a extensão da província de Luanda.

 No Golf II, a situação foi similar às demais zonas da capital, com residências, ruas e avenidas completamente inundadas e intransitáveis, como consequência da chuva torrencial que se abateu sobre Luanda.

Outra nota de realce foi o cenário nas paragens de táxis, em que os "azul e branco” eram praticamente inexistentes logo pela manhã cedo e os poucos em circulação encurtavam as rotas, dificultando assim a vida de milhares de pessoas que se dirigiam aos locais de trabalho.      

Gesto de solidariedade

Numa nota, o Governo Provincial de Luanda reafirma que está plenamente ao corrente da situação e solidariza-se com os munícipes que enfrentam imensas dificuldades, em consequência das chuvas que se abatem sobre a capital, sobretudo naqueles pontos mapeados e considerados críticos pela Comissão Provincial de Protecção Civil e Bombeiros de Luanda.

Indica ainda que para prevenir danos maiores, desde Setembro de 2022, o GPL está a executar um programa de limpeza e manutenção das valas instaladas nos sistemas de macro-drenagem em toda a extensão da província.  "De modo a reduzir as inundações nas residências, assim como os impactos dos resíduos sólidos arrastados pelas águas da chuva, este programa estende-se a trabalhos de limpeza dos assentamentos e reperfilamento das referidas valas de drenagem”, refere a nota.

Saliente-se que o programa de limpeza das valas implementado pelo GPL teve início há sete meses e tem permitido, de forma preventiva, uma maior drenagem das águas e mitigar o impacto das chuvas.A nota revela que, ainda assim, os apelos vão, igualmente, no sentido de se evitarem construções nas linhas naturais das águas, próximo aos locais de risco, a não deposição de resíduos em locais impróprios e prestar maior atenção às crianças em períodos chuvosos.

 Alerta do INAMET

O Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET) alerta para a previsão de chuva fraca em alguns pontos de Luanda nas próximas horas, de acordo com o coordenador do Departamento de Vigilância, Gomes Muanza.

"Nas próximas horas não se prevê chuvas com intensidades fortes ou moderadas, prevê-se simplesmente chuvas fracas em alguns pontos da cidade capital", disse o meteorologista. 

Restrição no fornecimento de energia eléctrica

Por conta dos níveis da água e da intensidade da chuva, a empresa de distribuição de eletricidade foi obrigada a restringir o fornecimento em alguns bairros, revelou Osvaldo Quilo, do Gabinete de comunicação e imagem da ENDE

"Devido ao mau tempo registado à madrugada de terça-feira e desligamento, a pedido da população, por inundação e risco de electrocução, ficaram privados de energia eléctrica os municípios de Viana, Talatona, Luanda, Cacuaco, Belas e Cazenga", concluiu.

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