Moradores do Lote 9 do bairro Prenda, Distrito Urbano da Maianga, em Luanda, solicitam intervenção urgente das autoridades para definir se devem ou não permanecer no edifício, depois da queda de uma parte da laje num dos andares.
Ouvido, ontem, pelo Jornal de Angola, Nelson Mário, morador do Lote 9 do Prenda, há mais de dez anos, contou que desde o dia em que caiu a laje os residentes estão em estado de alerta máximo, mas precisam de um parecer das autoridades sobre o que devem fazer.
Nelson Mário explicou que, depois da queda da placa, na última segunda-feira, à noite, receberam uma equipa do Laboratório de Engenharia de Angola (LEA), que fez o levantamento técnico do edifício para apurar a situação real.
Mas, segundo o morador, até ao momento ainda não receberam qualquer informação se devem ou não permanecer no edifício.
Outro residente no Lote 9 é Domingos Manuel "Kota Leleco”. Este criticou os próprios moradores pelas construções anárquicas no interior do edifício e no rés-do-chão, que apontou como principais causas para a degradação do prédio.
O morador recordou que, noutros anos, se circulava à vontade nos apartamentos e no rés-do-chão, uma realidade que não se vive actualmente.
Kota Leleco, de 60 anos, morador nos Lotes do Prenda desde 1978, onde nasceram os nove filhos, avançou que os residentes no edifício estão a sofrer por falta de saneamento básico.
Durante a ronda realizada pelo Jornal de Angola foi possível constatar que boa parte dos moradores ainda não abandonou o edifício. E, segundo informam, não o fazem por ausência de alternativas.
Para quem circula de-baixo do edifício, as águas paradas, lixo e cheiro nauseabundo desencorajam a permanência num edifício onde ratos e moscas lutam dia e noite, para controlar os restos de alimentos.
Uma moradora, que não se quis identificar, explicou que há quatro meses deixaram de usar as casas de banho no interior do apartamento, devido à tubagem que entupiu, assim como a água corrente não sobe nos andares.
Durante a nossa visita, foi possível aferir que, ontem, houve uma reunião entre moradores para analisar o futuro do Lote 9, mas não chegaram a qualquer conclusão sobre o abandono ou não do edifício, uma vez estarem à espera do parecer técnico das autoridades.
Fonte: Jornal de Angola
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