Mulheres e crianças são alvo de abusos no Níger


Mais de 13 mil mulheres e crianças fugiram de ilhas do rio Níger, desde o início deste mês, devido aos "abusos" de que são vítimas, cometidos por homens armados e confrontos que deixaram vários mortos, anunciou, ontem, a rádio Voix du Sahel.

"Em Ayorou (cidade a cerca de 200 quilómetros da capital, Niamey])é a desolação. Mais de 13 mil mulheres e crianças fugiram, para esta cidade, dos abusos" cometidos por "bandidos armados" (expressão utilizada no Níger para designar presumíveis combatentes islâmicos) nos territórios da região de Tillabéri, segundo aquela rádio pública nigerina.


As comunas de Dessa e Kandadji, onde está a ser construída a primeira barragem hidroeléctrica do país, é onde há mais relatos de abusos e também de outros actos de violência, com quatro civis mortos e um ferido em Dessa, detalhou. Fontes locais,afirmam que os "confrontos violentos" opuseram pastores sedentários Djerma e nómadas Fulani, entre Março e Abril, em aldeias ao longo do rio Níger, causando "vários mortos, feridos" e deslocados".

As autoridades confirmaram os confrontos, sem estabelecer um número preciso de mortos ou a identidade dos atacantes. Por outro lado, o Governo nigerino não confirmou a violência comunitária nestas zonas, onde a coabitação é geralmente pacífica.

Em Tillabéri, na chamada zona das "três fronteiras" entre o Níger, Burkina Faso e Mali, vivem vários grupos étnicos - Djerma, Fulani, Tuaregue e Hausa. O país lançou várias operações de grande escala contra os fundamentalistas islâmicos, com o apoio de soldados franceses.

A Guarda Nacional do Níger (GNN) disse, na terça-feira, 09, que sete soldados foram mortos quando o veículo em que seguiam explodiu, depois de accionar uma mina, isso na região ocidental de Tillabéri, onde grupos jihadistas operam regularmente. Um veículo da missão semanal de escolta de suprimentos atingiu uma mina a cerca de 6 quilómetros da vila de Samira, no departamento de Gothèye, perto da fronteira com o Burkina Faso.

O Governo nigerino luta contra grupos jihadistas ligados à al Qaeda e ao Estado Islâmico no Grande Sahara (EIGS) desde Fevereiro de 2022, com uma operação com mais de 2 mil homens. O Níger também enfrenta acções mortais do Boko Haram e do Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap). Na luta contra os jihadistas, o país beneficia de apoio de vários países ocidentais, incluindo França e Estados Unidos, que têm bases militares no país.

Fonte: Jornal de Angola

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