Petróleo representa 90 por cento das exportações de Angola para a Índia

O petróleo representa 90 por cento das exportações de Angola para a Índia, razão pela qual as trocas comerciais, calculadas neste momento em quatro mil milhões de dólares, são favoráveis ao parceiro africano, de acordo com a embaixadora daquele país.

Pratibha Parkar fez estas afirmações, segunda-feira, em Luanda, na abertura do Fórum de Negócios Angola - Índia, realizado por ocasião da visita de 17 empresas filiadas à Câmara de Comércio Índia - África, que buscam maior conhecimento do mercado e novas parcerias e áreas para investimentos.

Segundo a diplomata, os produtos exportados da Índia para Angola representam apenas cerca de 6 milhões de dólares na balança comercial.

Na visão da embaixadora Pratibha Parkar, as economias dos dois países são complementares, pois a Índia tem uma comunidade empresarial pujante, vibrante e, igualmente, com uma grande base de talentos, com baixo custo de tecnologia nas áreas de Informação, Telecomunicações, Agricultura, entre outras, em que Angola dispõe de potencial para se desenvolver por meio de parcerias sólidas, tais como no agro-negócio e muito mais.

Nos últimos três anos, afirmou, as relações comerciais entre Angola e a Índia foram marcadas por altos e baixos, em em consequência do surgimento da pandemia da Covid-19 e o impacto da guerra da Ucrânia. Muitos países têm sido afectados pela recessão económica global, mas se pode afirmar, segundo Pratibha Parkar, que a Índia se tem mostrado resiliente perante as adversidades, facto que permite antever o fortalecimento dos laços do ponto de vista das relações económicas.

Lembrou que no exercício económico 2021-2022, a Índia registou um crescimento na ordem dos 9,0 por cento e cerca de 7,0 por cento no período 2022-2023, com previsão de crescer no presente ano uma média de 6,4 por cento, sustentada por uma base robusta do consumo doméstico e baixa dependência externa.

"O nosso Governo tem trabalhado de forma afincada para desenvolver infra-estruturas logísticas e corredores industriais, que permitem dizer em apenas três palavras que a Índia seja uma economia em rápido crescimento, em transformação industrial e que continuará a ser um actor preponderante na política internacional”, garantiu.

Para a diplomata, à semelhança da Índia, pode-se afirmar que Angola também está a dar passos positivos, não obstante a conjuntura económica mundial marcada por oscilações. Prova disso, disse, é o facto de o país, no ano passado, ter registado um crescimento na ordem dos 3,2 por cento, com perspectiva de continuar na mesma senda, à medida que se torna cada vez menos dependente do sector petrolífero.

"Contamos, em Angola, com uma comunidade indiana muito reduzida, sendo que outros países do continente africano já têm representatividade mais expressiva, na medida em que há um vasto e diversificado campo de actividades em que podemos colaborar. Entendo que pouca gente na Índia tem informações sobre Angola e maior parte das referências que os angolanos têm sobre a Índia é por intermédio de dados fornecido por outros países. Por essa razão, resolvemos trazer esta delegação constituída por 17 empresas filiadas na Câmara de Comércio Índia - África para Angola”, justificou.

Por sua vez, a secretária-geral da Câmara de Comércio e Indústria Índia África, Sunanda Rajendra, disse ter tomado a iniciativa de trazer esta delegação composta por cerca de oito sectores de grande influência para o mercado angolano, pois é propósito estabelecer contactos com o Governo angolano e o sector privado, especialmente com o Serviço de Migração e Estrangeiros, a fim de estabelecer canais regulares para a realização de negócios com a Índia. Os sectores eleitos foram exploração mineira, processamento e fornecimento de alimentos, fertilizantes, serviços de saúde, fornecimento de equipamentos hospitalares, projectos de fibra óptica, instalações para energia sola, pescas e outros mais.

Fonte: Jornal de Angola