O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou sexta-feira a Polónia de ter ambições territoriais na antiga União Soviética e avisou que qualquer agressão contra a vizinha e aliada Bielorrússia, seria considerada um ataque à Rússia.
Putin declarou que o seu país reagiria a qualquer agressão contra a Bielorrússia, que forma um "Estado da União” solto com a Rússia, "com todos os meios à nossa disposição”, disse Putin no final de uma reunião do Conselho de Segurança, quando convidado a tecer alguns comentários na TV.
Entretanto, o Comité de Segurança de Varsóvia decidiu quarta-feira mover unidades militares para o Leste da Polónia depois que membros da força russa Wagner chegaram à Bielorrússia, segundo a agência de notícias estatal PAP, citando o seu secretário na sexta-feira.
A Polónia nega quaisquer ambições territoriais na Bielorrússia, disse a fonte citada pela PAP.
Nas suas observações, Putin também afirmou que a parte ocidental da Polónia era um presente do líder soviético Joseph Stalin para o país e que a Rússia lembraria os polacos sobre isso.
Em resposta às declarações do Presidente russo, o Primeiro-Ministro polaco, Mateusz Morawiecki, twittou na sexta-feira à noite que "Stalin era um criminoso de guerra, culpado da morte de centenas de milhares de polacos. A verdade histórica não é discutível”.
"O embaixador da Federação Russa será convocado para o Ministério das Relações Exteriores”, disse na ocasião o Chefe do Governo polaco.
Na quinta-feira, o Governo bielorrusso disse que os soldados do grupo Wagner começaram a treinar as forças especiais bielorrussas num alcance militar a apenas algumas milhas da fronteira polaca.
Varsóvia convoca embaixador russo no país
O Governo polaco convocou, ontem, o embaixador russo na Polónia depois que o Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou Varsóvia de estar, alegadamente, interessada no território da Ucrânia e da Bielorrússia.
Após a chegada de 5.000 combatentes Wagner à Bielorrússia após o seu motim de curta duração, a Polónia anunciou o envio de tropas para a fronteira.
Putin reagiu, afirmando que a Polónia estava prestes a ocupar partes ocidentais da Ucrânia e estava a "sonhar com as terras bielorrussas”, ameaçando responder com força.
"Os territórios ocidentais da actual Polónia são um presente de Joseph Stalin para os polacos, nossos amigos em Varsóvia se esqueceram-se disso?” questionou o líder russo.
O Primeiro-Ministro polaco, Mateusz Morawiecki, ripostou: "Estaline foi um criminoso de guerra responsável pela morte de centenas de milhares de polacos. A verdade histórica não está sujeita à discussão. O embaixador da Federação Russa será convocado ao Ministério das Relações Exteriores”.
De acordo com o jornal ucraniano Kyiv Independent, a Rússia tem ameaçado regularmente a Polónia e os Estados bálticos que vão usar força militar. "Putin também se tem esforçado a ameaçar o uso de armas nucleares em várias ocasiões”, escreveu o Kyiv Independent.
A Polónia tem sido um dos principais apoiantes da Ucrânia na guerra contra a Rússia. Tem fornecido armas a Kiev e acolhido refugiados ucranianos, porém não manifestou interesse em enviar tropas para a Ucrânia.
Morawiecki disse numa entrevista publicada pela Canadian Broadcasting Corporation a 4 de Junho que a Ucrânia merece um caminho rápido para a adesão à OTAN, uma vez que "luta pelos interesses da Aiança”.
De acordo com Morawiecki, a Ucrânia luta em nome da aliança militar "no sentido de que eles estão a se defender contra a força russa brutal que colocaria em risco muitos outros países da OTAN”, embora ainda não seja membro da Aliança.
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