O Serviço de Investigação Criminal (SIC), através da Direcção Nacional de Combate ao Crime Organizado, deteve domingo, em Luanda, quatro indivíduos, sob a acusação de venda ilegal e falsificação de documentos de moradias na urbanização Mayé Mayé, no município de Cacuaco.
De acordo com o porta-voz do SIC, os detidos pertencem a uma rede criminosa que recebia valores monetários a troco de documentos e chaves de moradias, localizadas naquela urbanização construídas com fundos públicos.
Manuel Halaiwa referiu que os acusados, um casal e duas senhoras, dos 32 aos 47 anos, faziam-se passar por funcionários do Governo Provincial de Luanda e do Fundo de Fomento Habitacional, cobrando entre 400 e 650 mil kwanzas, e na sequência emitiam falsos termos de entrega.
O porta-voz do SIC revelou que o esquema teve início em 2019 e lesou, até ao momento, 211 cidadãos, que tiveram de pagar mais de 125 milhões de kwanzas.
Em posse dos implicados, explicou, foram encontradas listas de inscrição, molhos de chaves e uma viatura de marca Kia, modelo Picanto, adquirida com os proventos da acção criminosa. "O grupo é referenciado em várias denúncias, em posse do SIC, de burla e venda ilícita de moradias noutros projectos habitacionais construídos com fundos públicos em Luanda”, avançou.
O grupo, continuou, foi detido mediante denúncias dos lesados ao SIC e na sequência de um conjunto de acções desencadeadas por efectivos da Direcção de Combate ao Crime Organizado, numa altura em que os implicados se preparavam para fugir do país, com destino a França e Portugal.
Os acusados, informou, vão ser presentes ao Ministério Público para prossecução do processo. O SIC, garantiu, vai continuar a trabalhar com os distintos órgãos da administração pública para melhor esclarecimento dos factos relacionados com a cedência de residências no projecto habitacional Mayé Mayé.
"Já contactamos o GPL e concluímos que os documentos encontrados na posse desta rede não são autênticos, portanto são falsos, e sem valor. Por isso, estamos em presença de uma rede devidamente organizada”, disse.
Fonte: JA
Tags
Sociedade