Dois agentes da Polícia presos por extorsão

Os efectivos da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) detiveram ontem, em Luanda, dois agentes da Polícia Nacional, afectos à Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), por terem sido encontrados a receber 197 mil kwanzas, para omitir um mandado de detenção contra um cidadão.

O director de Denúncias, Queixas e Reclamações do IGAE, Frederico Jambalima, disse que o valor em causa seria adicionado a outros 150 mil kwanzas recebidos antes, perfazendo um total de 347 mil kwanzas, dos dois milhões de kwanzas exigidos pelos infractores.

Frederico Jambalima explicou que os detidos construíram a estratégia, na segunda-feira, na esquadra do Golfe, quando detiveram o primeiro implicado no processo em causa e tomaram a liberdade de negociar os mandados, no valor mencionado.

Os acusados, continuou, tinham já recebido, antes, um adiantamento de 320 mil kwanzas, através do multicaixa de uma vendedora ambulante, "violando desse modo a legislação penal sobre essa matéria”.

As diligências realizadas pelos inspectores da IGAE, disse, permitiram saber que além do valor apreendido, os acusados pretendiam apossar-se de uma motorizada de marca Yamaha, como complemento do valor exigido.

"A conduta dos agentes em causa constitui um acto de improbidade pública, consubstanciado no concurso de crimes de prevaricação, recebimento indevido de vantagem e extorsão, previstos e puníveis pelo Código Penal”, disse.

O chefe das Operações da Esquadra do Golfe, inspector-chefe Alfredo da Silva, destacou que o acto viola o regulamento disciplinar da Polícia Nacional, por atentar contra a integridade do órgão e colocar em causa a confiança dos cidadãos na justiça. "Os detidos vão ainda ser submetidos a um processo disciplinar, nos termos do Estatuto Orgânico da Polícia Nacional, para desencorajar tais práticas”.

A IGAE, acrescentou, reitera aos cidadãos a cultura da denúncia, quando se virem diante da violação dos seus direitos, por parte de agentes da autoridade, através do terminal telefónico 119, que é grátis e com a identidade devidamente segura.

Fonte: Jornal de Angola

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