Mundo recorda os efeitos nefastos das armas nas gerações vindouras


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas afirmou, por ocasião do Dia Mundial pelo Desarmamento e também da Destruição de Armas, assinalado ontem, que hoje a comunidade global tem tido, cada vez mais certeza, de que não há espaço para armas, sejam nucleares, químicas, biológicas ou autónomas.

António Guterres defende que ainda hoje as armas continuam a ameaçar a humanidade, com níveis recordes de gastos militares, gerando desconfiança e aumentando tensões geopolíticas que podem se transformar em conflitos ainda maiores.

Os dados da ONU, realçou, apontam que em 2021, os gastos militares globais atingiram 2,1 triliões de dólares. "De acordo com estimativas, 26 mil pessoas podem ser tratadas de malária pelo preço de um tanque de guerra”, recordou.

Ameaça nuclear

Sobre as armas nucleares, o chefe da ONU lembra que os "stocks” em todo o mundo permanecem em torno de 13 mil. António Guterres reforça que essa quantidade é "mais do que suficiente para destruir o nosso planeta muitas vezes” e destaca que o momento actual aponta para o risco de uso mais alto desde a Guerra Fria.

O líder das Nações Unidas fez um chamado aos governos, academia, media, sociedade civil, indústria e jovens para falarem mais sobre o assunto, de forma a tornar uma emergência colectiva e incentivar a consciencialização sobre a importância do desarmamento e da não proliferação de armas para o futuro da humanidade.

Agenda para a Paz

António Guterres pediu também que as autoridades tomem medidas para fortalecer o regime global de desarmamento e não-proliferação, incluindo o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, e apoiem uma Nova Agenda para a Paz com uma visão revigorada no desarmamento.

Para o secretário-geral das Nações Unidas, o desarmamento e a não-proliferação são "investimentos na paz” e no futuro. Em sua mensagem para a data, conclui afirmando que é necessário "acabar com essas ameaças antes que elas acabem connosco”.

Reflexão sobre os efeitos do instrumento letal

Ontem, todos os países assinalam o Dia Mundial pelo Desarmamento e também o Dia da Destruição de Armas. Neste dia, ocorre a reflexão sobre os efeitos das armas e o combate a todos os tipos de armas.

A data serve ainda para lembrar da necessidade de uma cultura de paz, de acordo com a definição da Organização das Nações Unidas (ONU). A campanha de destruição das armas começou em 2001, pela ONU, para elogiar as acções tomadas para reduzir a violência armada, bem como para encorajar um maior comprometimento dos governos com o descarte responsável e para que as excedentes sejam destruídas, ao invés de estocadas, transferidas ou revendidas.

Um exemplo, disse, é a organização norte-americana Defend International que se juntou ao apelo global para a implementação de acordos internacionais, que visam reduzir os graves impactos de armas pequenas e leves sobre os civis e tem trabalhado no aumento da consciencialização, instando os funcionários do Governo a destruírem os "stocks” excedentes de armas e munições.

A gestão cuidadosa dos "stocks” de armas está de acordo com as obrigações dos Estados Membros da ONU, sob o novo Tratado de Comércio de Armas e, através do UNPoA (Programa de Acção sobre Armas Pequenas e Leves), todos os 193 países integrantes concordaram em destruir armas.

No entanto, cada vez os países gastam mais dinheiro com armamento. E, é crescente a cultura das armas a ameaçar a paz na Terra. Portanto, nunca foi tão premente debater a necessidade do desarmamento.

Movimento global

De acordo com a The International Action Network on Small Arms (IANSA), movimento global contra a violência armada, que representa as vozes da sociedade civil no cenário internacional para fazer campanhas políticas, que protejam a segurança humana.

Alerta para a redução da violência

O Dia Mundial da Destruição das Armas, assinalado ontem, serve de alerta para um dos temas centrais para a redução da violência. Instituído pelo professor italiano, Salvatore Mongiardo a data serve para reflexão e consciencialização das pessoas sobre o tema. A ideia da instituição da data foi propor a cultura de paz em vários países do mundo.

Actualmente, mais de 600 milhões de armas de fogo circulam em todo o mundo e são responsáveis pela morte de milhões de pessoas por ano. Por isso, o objectivo deste dia é retirar o maior número possível de armas de fogo de circulação, de forma a diminuir as mortes, os feridos e a violência em geral.

Leis próprias

Cada país do mundo tem a sua legislação relativamente ao comércio e ao porte de armas. Com o aumento dos ataques terroristas a pressão sobre os governos para mudar a legislação aumenta, em países como os Estados Unidos, por exemplo.

Portanto, as iniciativas do Dia do Desarmamento variam em cada país. Mas, é muito comum, em alguns países, a realização, nesta data, de marchas silenciosas de protesto contra as armas, assim como os cortejos de homenagem a vítimas e a destruição de armas de fogo.

Enviar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem